Um estudo publicado na revista Nature Communications aponta que manter o limite do aumento do aquecimento global em 1,5°C já não garante proteção às geleiras da Groenlândia e da Antártida e indica que o novo limite seguro para conter o aumento do nível do mar seria 1°C.
O 1,5°C está estabelecido desde a COP 21, conferência climática da Organização das Nações Unidas, que definiu a temperatura como teto do aquecimento global dentro do Acordo de Paris.
A temperatura foi definida de acordo com pesquisas que a indicaram como limite seguro para conter o aumento do nível do mar, situação que afetaria cerca de 230 milhões de pessoas pelo mundo que vivem em áreas costeiras.
O estudo atual é uma parceria das universidades de Durham e Bristol, do Reino Unido, e ele não indica erros na pesquisa anterior. A pesquisa mostra, na verdade, que com o aumento de eventos climáticos extremos, das emissões de gases e o avanço das mudanças climáticas, o limite de 1,5°C já não garante mais a segurança das geleiras da Groenlândia e da Antártida.
Projeção anterior e novo limite
O novo limite apontado pelo estudo seria 1°C. Anteriormente, os cientistas argumentavam que se a temperatura do planeta aumentasse mais que 1,5°C, as camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida derreteriam e elevariam o nível do mar em quase 65 metros. Essa evidência partiu de modelos que analisaram a evolução das consequências das mudanças climáticas no passado e com a projeção desses efeitos no futuro.
No entanto, em 2015, ano do Acordo de Paris, a previsão era que o mundo só chegaria a viver as consequências de um aumento do nível do mar em 2050, num cenário em que não se fizesse nada para combater o aquecimento global. Mas o cenário atual é de avanço acelerado desse aquecimento, com a Terra tendo alcançado o recorde de temperatura de 1,6°C em 2024 em relação aos níveis pré-industriais.
Pesquisadores das universidades de Durham e Bristol, então, revisaram evidências do efeito que a meta de 1,5°C teria sobre as camadas de gelo, que juntas armazenam gelo suficiente para elevar o nível global do mar, e observaram que a massa de gelo perdida dessas camadas de gelo quadruplicou desde a década de 1990.
Atualmente as geleiras estão perdendo cerca de 370 bilhões de toneladas de gelo por ano. Desta forma, o estudo constatou o avanço do derretimento e chegou a conclusão que a temperatura de 1,5°C já não garante mais a proteção do gelo na Groenlândia e na Antártida, sendo necessário corrigir o limite seguro para evitar o colapso do degelo e o aumento do nível do mar para 1°C em relação aos níveis pré-industriais.
*Com informações do G1
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima.
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