A exigência para os veículos atenderem as normas de controle de emissão de poluentes tem surtido efeito. É o que mostra um estudo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP) sobre as substâncias presentes nas emissões veiculares na Região Metropolitana da capital paulista. Mas o mesmo estudo destaca algumas preocupações com substâncias danosas à saúde advindas dos biocombustíveis.
O estudo é o Fatores de emissão para uma frota impactada por biocombustíveis na maior área metropolitana da América do Sul. Dados de 2018 revelaram que as emissões atuais são menores que há duas décadas. Para os pesquisadores, a queda sugere que as exigências de dispositivos como o Programa de Controle de Poluição de Veículos Automotores para os veículos pesados em 2012 e para os leves em 2013 foram políticas fundamentais.
O artigo apontou que as emissões dos veículos tornaram-se gradativamente menores com os biocombustíveis, como etanol e biodiesel. Então, os pesquisadores observaram queda na presença de gases como óxidos de nitrogênio e monóxido de carbono entre 2001 e 2018. A exigência de controle de poluentes é do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Preocupação com os biocombustíveis
Apesar da redução na emissão de partículas no ar, o artigo trouxe uma preocupação a respeito dos biocombustíveis. Observou-se que os veículos abastecidos com eles emitiram substâncias químicas “indesejadas”. No entanto, a pesquisa não tinha objetivo de avaliar o ar que é respirado pela população de São Paulo, fator que depende da quantidade de veículos que circulam e das condições meteorológicas.
A responsabilidade de “checar o ar” é da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Assim, os dados que aparecem na pesquisa apontam a presença de compostos que prejudicam a saúde como o cobre, arsênio, cádmio, chumbo e zinco. “O chumbo, presente nas emissões de veículos pesados, é associado com efeitos tóxicos carcinogênicos e não carcinogênicos”, destacou o pesquisador Guilherme Martins Pereira.
Essas substâncias surgem de várias formas. O cobre, por exemplo, pode estar presente no etanol, que por sua vez é capaz de acelerar a corrosão de partes do veículo e, assim, libera metais na atmosfera. O artigo então pontua a necessidade de monitoramento dos biocombustíveis pelos órgãos ambientais.
*Com informações do Jornal da USP
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