A crise no Atlético parece que só vai aumentar nos próximos dias, com o time envolvido em uma semifinal de Goianão. Depois dos três líderes do elenco (Róbston, Pituca e Márcio) convocarem uma coletiva para dizerem que não acreditam mais na palavra do presidente Valdivino de Oliveira, foi a vez do mandatário dar a sua versão. Em entrevista exclusiva à RÁDIO 730, Valdivino revelou que não se lembra de ter dado a palavra e diz que está tranquilo.

“Eu não sei porque, eu nunca dei minha palavra para ninguém. No Atlético, eu não me envolvo em conversas com atletas, com comissão técnica, eu vou lá e mexo só com a parte administrativa e executiva. Para você ter uma ideia, em 2013, eu conversei uma vez com o Márcio, uma ou duas vezes com o Pituca e nenhuma vez com o Róbston. Não sei qual palavra é essa que eles não confiam, e se não confiam, é problema de cada um. Isso não me atinge”

O presidente atleticano estava em Brasília, onde tem compromissos como deputado federal, e destacou que não teve acesso ainda a tudo que aconteceu na terça-feira. Mesmo assim, explicou que os salários não estão atrasados, mas na verdade o que tem atrapalhado são os direitos de imagem, principalmente de jogadores que estavam na disputa da Série A no ano passado.

“A maioria dos jogadores que reclamam são os que tinham altos direitos de imagem na Série A, e quando o Atlético caiu para a Série B, é obvio que nós não temos receita para pagar esses direitos de imagem. Estamos pagando os salários com muita dificuldade, para se ter uma ideia, no mês de maio, a nossa receita não chegou nem a R$ 120 mil, para uma folha, que fora os direitos de imagem, chega perto dos R$ 800 mil. Temos dificuldade todos os meses”

Questionado sobre a “ameaça” feita pelo goleiro Márcio, de que ele e mais 80% do elenco sairia após o Goianão, caso o pagamento não fosse realizado, Valdivino destacou que nunca impediu ninguém de sair do Atlético e se existir alguma proposta, a negociação poderá ser feita. O presidente, tentando manter a calma, destacou que nesse momento não é bom falar muito para preservar o Atlético.

 “Eu acho que nesse momento nós estamos entrando na semifinal do Campeonato Goiano e acima de tudo, tem que se preservar a instituição. Tem que ter muita tranquilidade para poder dar a resposta adequada ao problema. Eu costumo dizer, minha mãe sempre dizia, ‘casa que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão’. A gente tem que ter muita calma, tranquilidade nesse momento, acima de tudo, para preservar o Atlético Goianiense”