O fisioterapeuta Robson Porto do Nascimento, de 42 anos, conhecido no meio esportivo por já ter trabalhado no Atlético e “curado” diversos jogadores, está preso na Delegacia de Proteção à Criança e o Adolescente de Goiânia acusado de crime de  violação sexual mediante fraude. As vítimas seriam duas garotas, uma delas menor, de 15 anos, que teriam solicitado o trabalho do fisioterapeuta. A delegada da DPCA, Simele Lemes, explica que crime é esse. 

“A violação sexual mediante fraude é feita através de um artifício que, no caso, a vítima sequer percebe que está sendo violada. Para haver o crime de estupro, na idade das vítimas, uma tinha 15 e a outra 19, é necessária haver violência ou grave ameaça, e não foi o caso”, explicou.

Róbson Porto trabalhou por muitos anos no Departamento Médico do Atlético, mas havia deixado o clube em 2013 para cuidar de assuntos pessoais e focar na própria clínica. Conhecido por adotar métodos menos tradicionais, porém eficazes, Róbson já foi questionado em outros momentos. Neste caso, o fisioterapeuta teria diagnosticado as duas garotas com uma inflamação no púbis e, segundo a menor, abusado sexualmente. 

“Pediram para ser avaliadas por ele, e nessa avaliação, ele tocou o púbis com força das duas vítimas e disse que elas estavam com inflamação no púbis. Diante esse relato, segundo versão das vítimas, ele teria introduzido o dedo na vagina delas. Nós solicitamos um apoio e um parecer do Crefito, que é o Conselho que regulamenta a profissão de fisioterapeuta, e veio o parecer de que o tratamento não poderia ser feito dessa forma”, garantiu. 

Róbson Porto está em prisão temporária por 10 dias e garantiu que vai provar a sua inocência. O Presidente do Conselho Regional de  Fisioterapia, Bruno Metre Fernandes, também esteve na delegacia e conversou com a imprensa, explicando que não se trata de um método convencional. 

“Não houve uma conduta correta, com a segurança correta, ao paciente. É importante lembrar que existem diversas técnicas da área da saúde que utilizam acessos por diversos orifícios, seja ele vaginal, oral ou outro. Acontece que tudo tem que ser feito da forma correta, tem que haver livre consentimento, preservação do corpo da pessoa, da dignidade da pessoa, menores devem ser acompanhados, não pode ser de qualquer forma”