CLEOMAR ALMEIDA
GOIÂNIA, GO (FOLHAPRESS) – A disputa este ano em Goiânia terá um fato raro nas eleições do Estado, a ausência do atual prefeito Iris Rezende. Aos 86 anos, o político confirmou, na última semana, sua aposentadoria da vida pública ao final do atual mandato, que conclui em dezembro.

Com a mesma idade da capital do estado, ele já foi governador duas vezes, prefeito em quatro oportunidades. Fora da disputa, não manifestou apoio a nenhum dos 15 candidatos a prefeito.

Sem Rezende, a eleição terá dois ex-prefeitos de cidades vizinhas, seis deputados (sendo um major e uma delegada) e três professores candidatos.

Entre os postulantes ao cargo está o senador e ex-prefeito de Senador Canedo Vanderlan Cardoso (PSD), que tem apoio do governador Ronaldo Caiado (DEM) para concorrer à prefeitura.

Cardoso terá como vice Wilder Morais (PSC), ex-ocupante da vaga de Demóstenes Torres após ter o mandato cassado no Senado em 2012, usa como vitrine a sua gestão da cidade de pequeno porte, com o equivalente a 7% da população de Goiânia.

Já a coligação do candidato Samuel Almeida (Pros), que foi secretário na atual gestão de Iris Rezende, conseguiu o apoio do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), que indicou o coordenador do Aliança Brasil em Goiás, Marcelo Freitas, do mesmo partido, para ser vice na chapa.

Outro ex-prefeito do interior que disputa o pleito em Goiânia, é Maguito Vilela (MDB). Ele esteve à frente do município de Aparecida de Goiânia. Apesar de ser do mesmo partido de Rezende, ele tem um histórico de desavenças políticas com o atual prefeito.

O PT, que já governou a capital de Goiás, terá a deputada estadual delegada Adriana Accorsi (PT) como candidata pela segunda vez. Ela é filha do ex-prefeito Darci Accorsi e se cola na imagem do pai para tentar alavancar sua campanha na cidade.

Também estão na disputa o deputado federal Elias Vaz (PSB), os deputados estaduais Alysson Lima (SDD), Major Araújo (PSL), Talles Barreto (PSDB) e Virmondes Cruvinel (Cidadania), os professores Antônio Vieira (PCB), Manu Jacob (PSOL) e Vinícius Gomes (PCO), o empresário Gustavo Gayer (DC), o advogado Cristiano Cunha (PV), presidente estadual do partido, e o estudante Fábio Júnior (UP).

Criada em 1933, Goiânia enfrenta crescimento desordenado, com bolsões de pobreza. A cidade foi planejada para abrigar inicialmente 50 mil moradores.

Desde então, a expansão urbanística se intensificou. Ainda em discussão no Legislativo, o novo plano diretor pode aumentar a área urbana de Goiânia em 32,7% e diminuir regiões do campo em até 94%. Isso possibilitaria a cidade receber mais dois milhões de habitantes.

Dificuldades na capital como desemprego e arrecadação se agravaram neste ano com a pandemia. Na saúde, um dos desafios é o da rotatividade de médicos. O município tem apenas 1.163 médicos (58% concursados e 42% credenciados). Na capital, a Covid-19 já matou 1.326 pessoas, segundo relatório de domingo (27).

A cidade enfrenta dificuldades também na educação, com déficit de 8.000 vagas na ensino infantil. A prefeitura informa que está fazendo novo levantamento e deve incluir até salas modulares (espécie de contêineres, pré-fabricados) para tentar amenizar o problema.