O Atlético Goianiense ganhou projeção nesta semana após uma matéria do jornalista Rodrigo Capelo, do site Globoesporte.com, que destacou a situação financeira dos clubes da série A do Campeonato Brasileiro pegando por base o balanço da última temporada. A publicação tinha como intenção enquadrar as equipes que disputaram a primeira divisão em 2020 no sistema de monitoramento financeiro praticado no Campeonato Espanhol e que acabou impedindo a renovação de Lionel Messi com o Barcelona.

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Nos parâmetros estabelecidos pela La Liga, a folha salarial – soma dos salários dos jogadores, comissão técnica e funcionários – não pode ser maior do que 70% das receitas esperadas para a temporada. No levantamento, Capelo considerou apenas os custos com o futebol profissional e desconsiderou receitas que alguns clubes atribuem a clubes sociais e esportes amadores.

O resultado final identificou que apenas quatro dos vinte clubes que estavam na Série A na temporada passada seriam aprovados caso existisse o mesmo fair play financeiro no futebol brasileiro. Além de Palmeiras, Vasco e Ceará, o Atlético-GO também estaria ‘no azul’ neste quesito.

Com receita de R$ 48 milhões, a menor da última edição do Brasileirão, o rubro-negro teve gastos salarias de R$ 31 milhões, o que representa apenas 64% do valor que entrou no caixa do Dragão. À Sagres, o presidente executivo do Atlético-GO, Adson Batista, elogiou o levantamento e disse que é o reconhecimento do trabalho administrativo que vem sendo feito no clube nos últimos anos.

Adson Batista (Foto: Bruno Corsino/ACG)

Para o dirigente, os bons números apresentados na matéria são reflexos de uma administração enxuta e integrada entre todos os setores.

“O segredo é muita disciplina, eu sou muito disciplinado com isso (parte financeira). Não adianta sermos organizados em uma área e não sermos em outra, tem que ser organizado em todos os aspectos. Ao longo do tempo a gente vai aprendendo a administrar e ser cuidadoso com isso. Eu checo todas as contas do Atlético-GO, acompanho e despacho todo dia com o (departamento) financeiro e o administrativo, e questiono tudo. É uma forma de administrar muito próxima”, explicou.

O sentimento foi compartilhado pelo diretor administrativo do clube, Marcos Egídio, que ressaltou que os resultados apresentados são cobrados diariamente pelo presidente Adson Batista. “É uma exigência da nossa presidência e nós realmente estamos seguindo tudo às riscas. Nós queremos cumprir esse dever e vamos continuar nos próximos anos dentro dessa linha”.

“Não há segredo, a gente entende que isso é fruto de muita competência, trabalho e dedicação. A história dos últimos anos já conta que o Atlético-GO vem em uma evolução constante em suas contas. O futebol tem dado resultado dentro de campo, então a gente pode aliar essa parte do futebol com a gestão, que é muito séria e cuida das coisas do clube como se fossem assuntos particulares”, destacou.

Futuro

E o cenário para as próximas temporadas é ainda melhor. Se o Atlético-GO encerrou 2020 ‘no azul’, o diretor projeta um clube ainda mais equilibrado financeiramente no futuro. Além do aumento de receitas com a permanência na primeira divisão e disputa de competições internacionais, o clube vem conseguindo quitar suas dívidas e diminuir o passivo que é pequeno comparado aos de outras agremiações.

“O Atlético-GO hoje está em uma condição ainda melhor que a do ano passado porque estamos pelo segundo ano seguido na Série A. Conseguimos salvar bastante dívidas do passado, resgatar problemas e essa temporada vamos fechar com um superávit ainda maior. Nós estamos com uma situação muito favorável, com um elenco muito qualificado e com os custos que o clube da conta de pagar suas contas em dia”, analisou Marcos Egídio.