Durante a sessão ordinária desta terça-feira (31) a falta de água em cidades goianas foi o tema mais abordado pelos parlamentares. Falhas no abastecimento, responsabilidades e soluções para o problema pontuaram os discursos do Pequeno Expediente e as discussões da Ordem do Dia.
O deputado José Nelto (PMDB) abriu os discursos do Pequeno Exepediente afirmando que a Assembleia Legislativa não pode ficar de fora do debate sobre o tema. “Esta Casa não pode discutir outro assunto a não ser a falta de água em todo o Estado de Goiás. A estação de tratamento de água de Goiânia foi toda construída com verba do PAC e inaugurada quatro vezes. Uma delas com Lula. Outras com Dilma, o governador Alcides e com Marconi”, salientou.
José Nelto disse ainda que Goiás virou manchete nacional por causa do problema que, em sua opinião, tem entre as causas, a falta de uma política de racionamento do Governo. “Ninguém sobrevive sem água. Pelo amor de Deus, São Pedro, manda água para Goiânia. Manda água para o Estado de Goiás”, disse.
O deputado Luis Cesar Bueno (PT), que preside a Comissão de Serviços e Obras Públicas da Casa, também comentou o problema da falta de água em Goiânia e em algumas cidades do Estado de Goiás. Luis Cesar teceu críticas ao Governador do Estado, afirmando que o mesmo “fez propaganda enganosa ao afirmar que Goiânia não sofreria com falta de água nos próximos 30 anos, sabemos que a realidade é diferente”. Segundo ele, falta água não só na grande Goiânia, mas em Anápolis, Aparecida e Itumbiara.
A deputada Isaura Lemos (PC do B) apoiou o deputado José Nelto (PMDB) que, em requerimento pediu para converter a sessão da próxima terça-feira, 7, em uma sessão para discutir o problema da água na região metropolitana de Goiânia.
“Quero manifestar meu apoio a uma sessão para tratar do problema de água na Grande Goiânia. Estamos em uma situação desesperadora, em que famílias passam dias sem água. “Há dois anos estive na Saneago e tudo estava encaminhado para que a barragem João Leite conseguisse abastecer a região metropolitana, mas está tudo paralisado. Em março de 2015, professores da Universidade Federal de Goiás (UFG) já estavam preocupados com a situação da água na Grande Goiânia, por perda de água por má gestão e também por conta dos agronegócios”, afirmou.
O deputado Gustavo Sebba (PSDB) lamentou a falta de água na cidade de Catalão e pediu que os demais parlamentares votem a favor do requerimento apresentado por ele que solicita a presença do superintendente da sede da Saneago de Catalão na Assembleia para explicar porque, há quatro meses, faltaria água na cidade.
Henrique Arantes (PTB) também repercutiu o problema da falta de água em Goiás. “Este é o tema do momento, porém, parece viável falar que o Governo não está colocando água na casa do povo, mas é preciso lembrar que não está chovendo nos últimos dias. Eu sei que existe o problema de infraestrutura, todavia não é só isso”, enfatizou.
De acordo com o parlamentar, uma solução imediata e eficaz seria desligar os pivôs e revogar as outorgas de fazendeiros que tem pivôs para abastecer sua população. “Existem municípios em que a água consumida pela cidade toda é menos que um único pivô. Então, em um momento em que falta água, nós deveríamos priorizar o consumo humano e depois o consumo econômico“, explicou.
Mané de Oliveira defendeu que o problema de falta de água tem como principal culpada a falta de chuva. “Defender a falta de água é defender o indefensável. A barragem do Meia Ponte jorra água todos os dias. Houve uma falta de planejamento desde Iris Rezende, todo mundo é culpado, inclusive São Pedro”, disse. “Sabendo que ia faltar água, o Governo Marconi construiu e entregou a barragem João Leite a 160 bairros, no quais não faltam água. Em 23 municípios apenas em Mineiros não falta água. No Sudeste do Estado não tem falta de água, porque choveu. O problema é falta de chuva e não de equipamento”, afirmou.
Santana Gomes elogiou a política do Governo do Estado em relação ao abastecimento de água. Para ele, o governador Marconi Perillo (PSDB) foi visionário quando resolveu construir a barragem do João Leite, pois garantirá água para a cidade durante os próximos 50 anos. “O Estado de Goiás tem toda a infraestrutura necessária para garantir àgua à população, mas, infelizmente, falta chuva em todo o Centro-Oeste”, disse.
No início da tarde, o presidente da Saneago, Jalles Fontoura, participou de uma audiência pública promovida pelo deputado Helio de Sousa (PSDB), para discutir a crise hídrica. No entento, ele descartou a possibilidade de racionamento.
Requerimentos
Dos requerimentos que foram colocados em votação nesta tarde, o de nº 2678 solicitava que a sessão ordinária da próxima terça-feira, 7 de novembro, fosse transformada em sessão especial para discutir a falta de água nas cidades de Goiânia e Anápolis. Proposto pelo deputado José Nelto (PMDB), ele foi rejeitado.
Ao pedir que os pares votassem contra a matéria o presidente da Casa, deputado José Vitti (PSDB) justificou que o pedido abre precedente que prejudica o desenvolvimento dos trabalhos em Plenário. “Temos toda estrutura necessária para realizar a discussão em outro local da Casa, como nos nossos auditórios. Entendo e concordo com a importância do tema, que realmente precisa ser esclarecido, mas discordo da forma como a coisa está sendo proposta”, declarou.
Entre os requerimentos apreciados também estava o de nº 2677, que transfere a sessão ordinária de quarta-feira, 1º de novembro, regimentalmente realizada às 15 horas, para o período matutino. A mudança, que foi aprovada, é justificada pela incidência do Dia de Finados, feriado celebrado no dia seguinte.
O requerimento nº 2679 também foi votado durante a Ordem do Dia. Já o de nº 2680 não pôde ter a votação concluída, uma vez que a sessão atingiu o limite regimental de horário para apreciação de matérias.
Da Assembleia Legislativa