SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – A futura presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Joenia Wapichana (Rede), reafirmou que o orçamento previsto é “insuficiente” para a instituição realizar suas tarefas.

A proposta para 2023, apresentada ainda pelo governo Jair Bolsonaro (PL), é de R$ 600 milhões. Às vésperas de assumir o órgão, a deputada disse ontem à Rede CNN que precisará de ajuda para combater o garimpo ilegal, em especial na região da Amazônia.
Segundo ela, será necessário “buscar operações parcerias” com outras instituições e a iniciativa privada.

Joenia compôs a comitiva do presidente Lula (PT) à Roraima ontem para visitar população ianomâmi. Ele acusou Bolsonaro de ter “abandonado” os indígenas e declarou emergência de saúde pública no local.

Joenia já vem falando sobre o problema com verba desde o início do ano, após ser anunciada como a primeira mulher indígena a dirigir a fundação.

Ela compôs também a lista tríplice indicada por indígenas para assumir o novo Ministério dos Povos Indígenas. A vaga foi ocupada pela companheira Sônia Guajajara (PSOL).

Lula foi neste sábado (21) à Roraima em meio à denúncias de calamidade de saúde dos ianomâmis. Ele criticou Bolsonaro, disse que priorizará o atendimento à saúde e transporte público para população e reforçou a promessa de acabar com o garimpo ilegal.

“É desumano o que eu vi aqui. Sinceramente, se o presidente que deixou a Presidência esses dias em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está”, completou.

Na tarde de hoje, a bancada do PT na Câmara dos Deputados entrou com uma representação na PGR (Procuradoria Geral da República) contra Bolsonaro e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, por genocídio contra o povo ianomâmi.

Crise sanitária e humanitária. 570 crianças ianomâmis morreram por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, “devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região”, segundo a pasta dos Povos Indígenas.

Em conjunto com Saúde, a pasta “irá decretar crise sanitária e humanitária, enquanto o Governo Federal decretará o estado de calamidade pública”.

Na última quarta-feira (18), o Ministério da Saúde enviou uma equipe para Roraima para elaborar um diagnóstico sobre a população da área.

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