Fica a dica

Fica a dica!!!!! Como o próprio nome já diz, é nosso espaço para sugestões. Vamos garimpar dicas de filmes, livros, discos, locais e qualquer outra coisa que não esteja em destaque no momento, mas que já foi ou que estará em breve na boca do povo hoje nossa dica é a peça: O fantasma da minha sogra, que está entrando em cartaz no Teatro Carlos Moreira.

 

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O fantasma da minha sogra

O pesadelo de qualquer genro é ter uma sogra vingativa.  Mais terrível ainda é conviver com o fantasma da sogra dentro de casa, tentando, a todo o custo, ditar as regras da família. É nessa bagunça entre justiça, herança e trapaça que o espetáculo O Fantasma da Minha Sogra é apresentado amanhã, dia 17, às 20h, no Teatro Carlos Moreira.

Estreada no início do ano, a comédia acaba de chegar de Aracajú, em Sergipe. Sucesso por onde passa, o espetáculo é mais uma produção da Companhia de Teatro Carlos Moreira. A peça conta a história de Caio, um genro que vive trapaceando a sogra Esperança, viúva de um grande empresário americano.

Após a morte da senhora, o rapaz tenta se apoderar da herança da sogra, que ressurge e, aproveitando-se da sensitiva empregada Carolaine, coloca em prática sua vingança fantasmagórica. De acordo com o diretor, Carlos Moreira, o espetáculo usa da comédia para fazer uma crítica à ganância.

Trata-se de um texto criado pelo diretor paulista Ronaldo Ciambroni, dramaturgo que conquistou diversos prêmios no cenário artístico, como o de melhor texto teatral da Associação dos Críticos de Artes (APCA). Além disso, é o autor teatral que mais produziu espetáculos dentro da temática transgênera, a exemplo das obras Menino Não Entra, Menina Não Entra e Uma Certa Carmem.

Para a realização do O Fantasma da Minha Sogra, a companhia realizou um teste para a composição do elenco e desenvolveu uma pesquisa sobre os universos entre genros e sogras e vinganças familiares. Acabaram percebendo que existem muitas histórias sobre o tema dentro do teatro, literatura e no cinema.

A escolha do ator para a interpretação da sogra foi um dos assuntos mais discutidos no processo de pré-produção. Quem interpreta Esperança é ninguém menos que o coronel da Polícia Militar do Estado Goiás. Valentim, que começou a se interessar pelo teatro há cinco anos. Foi um desafio para o goiano de 54 anos, que, após anos dentro da carreira militar, encena atualmente um personagem feminino.

De acordo com Moreira, a união entre componentes da segurança pública e as produções artístico-culturais faz com que preconceitos sejam discutidos. A intenção da companhia em colocar Valentim para atuar no papel da sogra foi de total importância para que a se discuta arte e cultura dentro da polícia militar, já que ainda existe uma parcela dos militares que são extremamente conservadores. 

Há 30 anos na Polícia Militar, Valentim afirma que sempre se interessou pelo teatro. Entrou no curso de artes cênicas da companhia de Moreira e acabou por levar essa história de interpretação a sério. Não deu outra. Atualmente o goiano está em processo de aposentadoria na carreira militar e quer continuar trabalhando com o teatro.