(Foto: Reprodução/Sagres TV)
O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 4ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri, declarou nesta semana suspeição e não continuará atuando no julgamento do caso do assassinato do jornalista Valério Luiz de Oliveira, morto em julho 2012, em Goiânia.
O magistrado alegou motivos de foro íntimo para não prosseguir com o caso. Em abril, Jesseir Alcântara alegou que o Fórum Cível de Goiânia não oferecia condições adequadas para realização do juri, já que teria cinco acusados, 52 testemunhas para serem ouvidas em plenário, além de defensores e promotores de Justiça.
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O advogado e filho do radialista Valério Luiz, Valério Filho, avaliou a decisão do juiz, e criticou o que seriam os obstáculos criados para o julgamento do processo.
“Isso de fato é uma questão de foro íntimo dele, pode ser que outro juiz se sentisse seguro, mas no caso o dr. Jesseir não se sentiu. O que nós não podemos fazer e funcionar como uma espécie de garotos de recado entre o juiz da vara e a diretoria do foro e o presidente do tribunal, porque são questões administrativas que nós não temos ingerência sobre elas, e a nossa obrigação é pressionar para que eles resolvam”, afirma.
Valério Filho argumenta que não há mais empecilhos para que a sessão aconteça. O advogado destaca que o Ministério Público também não tem poder para agir sobre as decisões do Tribunal de Justiça de Goiás, mas destaca que o órgão se posicionou contra o fracionamento do julgamento.
“Um julgamento único dá mais trabalho para a organização administrativa, mas do ponto de vista da Justiça é melhor. Então foi uma decisão acertada do Ministério Público em se colocar contra o fracionamento do julgamento, embora isso pode (sic) atrasar mais um pouco mas é nosso interesse que seja feito da melhor forma que é a que a Justiça demanda”, argumenta.
Desde a morte de Valério Luiz, já se passaram sete anos e seis meses. O advogado Valério Filho reitera a necessidade de celeridade do caso, e afirma que o processo não está sendo levado a sério.
“Sinto que existe sim uma certa leniência ou pelo menos que o TJ-GO não está levando esta questão com a seriedade que merece. Nós tivemos uma reunião com o diretor do foro há alguns meses atrás. Fui eu, o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de Goiás, levei para ele uma carta assinada por diversas entidades pedindo celeridade nessa questão. Não tenho sentido um empenho como a gente sente que o caso necessitaria”, complementa.