Mais de 100 presos fugiram durante uma rebelião que deixou nove mortos e 14 feridos no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (CPP), na tarde desta segunda-feira (01).

Deste, segundo a Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap), 29 foram recapturados. O presidente do Sindicato dos Agentes Prisionais, Maxwell Miranda Neves, em entrevista exclusiva por telefone ao repórter Jerônimo Junio, da 730, explica como começou a briga entre os detentos.

“Uma rivalidade entre as alas B e C. Uma ala invadiu a outra, entrou em um conflito generalizado, “onde” teve nove mortos, cabeças cortadas, corações tirados do corpo, atos de muita crueldade. Mais de 100 presos fugiram, foi uma fuga em massa”, relata.

O presidente do sindicato afirma ainda que havia poucos agentes de plantão na unidade nesta segunda-feira, e que a tragédia poderia ter sido evitada se o efetivo fosse maior.

“Poucos agentes prisionais no plantão, sem efetivo. Nesse momento foram liberados seis agentes para trabalhar em sentido de hora extra. Se tivessem sido liberados antes, essa tragédia não teria acontecido. No momento está controlado, mas uma situação caótica. Muitos corpos, mais de 100 presos foragidos. Uma situação extremamente tensa. A cadeia já não tem presos, porque fugiu praticamente todo mundo”, afirma.

De acordo com a Seap, outros 127 presos aproveitaram o tumulto para sair da cadeia, mas retornaram assim que a polícia retomou a ordem no presídio. No entanto, 106 detentos do regime fechado escaparam. Maxwell Miranda Neves diz que os foragidos são altamente perigosos.

“São presos de altíssima periculosidade. São 157 (roubo), líderes do tráfico, pessoas muito perigosas que neste momento estão na rua, oferecendo perigo à sociedade. O que vai ser feito agora é a recontagem, tentar reestruturar a unidade porque ela foi destruída, foi colocado fogo, cadeados quebrados. Tem que fazer a resolução dessas situações emergenciais no momento”, destaca.

Ainda segundo o presidente do sindicato, a situação nas unidades prisionais da região de Aparecida de Goiânia, como a CPP e a Penitenciária Odenir Guimarçaes (POG), são uma tragédia anunciada.

“Na quinta-feira (28) participei de um programa de televisão e falei que iria ter rebelião no semi-aberto, falei que iria ser em Rio Verde e na POG. Na POG, popularmente conhecida como Cepaigo, é uma tragédia anunciada. Um efetivo muito baixo, uma situação muito tensa, depois da morte da liderança do ‘Topete’ e também do líder da ala A. O efetivo é muito baixo e as condições de trabalho muito ruins. Os agentes que ali laboram fazem milagres”, conclui.