O Campeonato Goiano de Futebol Feminino 2022 começa neste final de semana e o Aliança/Goiás está se preparando para a disputa de mais um estadual. Diferente do ano passado, o clube disputará a competição em parceria com o Goiás Esporte Clube, assim como aconteceu na Série A2 do Campeonato Brasileiro.
Em entrevista ao Sistema Sagres, Patrícia Menezes, gestora do Aliança, explica como o clube esmeraldino tem contribuído para a preparação do elenco.
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“O Goiás está nos ajudando em tudo. Na estrutura, com o campo de treinamento que nós já utilizamos há três anos para treinar. A comissão técnica e todas as atletas são remuneradas através dessa parceria com o Goiás. As atleta ainda contam com um seguro de saúde e toda a logística do jogo, como ambulância, médicos, fisioterapeutas, são fornecidas pelo Goiás”, disse.
A parceria chancelada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se encerra no dia 31 de dezembro. Em 2023 a continuidade da parceria será discutida novamente.
Para o Estadual, o Aliança/Goiás manterá a base do time que disputou o Brasileirão A2. No comando técnico, Christiane Guimarães segue à frente da equipe, que segundo tem como ponto forte o coletivo.
“O destaque é o nosso conjunto. Temos duas jogadoras do Rio de Janeiro que estão conosco, a Amanda Gomes e a Amanda Carioca. Temos as nossas atletas como a Idalana e a Marília, duas meias que são prata da casa. Mas o nosso conjunto é muito bom, é difícil destacar uma ou outra. Treinamos juntas desde o mês de maio, estão nossas atletas estão bem entrosadas”, frisou Patrícia Menezes.
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O Goianão Feminino 2022 terá quatro participantes: Aliança/Goiás, Vila Nova, Aliança/Goiás, Atletas de Jesus e Morrinhos. As aurinegras mandaram seus jogos no CT Buriti Sereno e estreiam no próximo domingo (25), diante do Morrinhos, às 15h30.
O estadual será disputado em dois turnos. Sendo assim, se classificam para a decisão o primeiro colocado de cada turno, mas caso a mesma equipe vença os dois turnos, ela automaticamente fica com o título, sem a realização de uma final. A eventual decisão será disputada em confrontos de ida e volta.
Na última edição do estadual, o Aliança disputou o título com o Vila Nova e Patrícia Menezes acredita que se esse ano não será diferente.
“A equipe do Vila Nova é a atual campeã, vem fazendo um bom trabalho e se destacou no Brasileirão A3. Então penso que a final será entre nós do Aliança e o Vila Nova, pela tradição e pelos anos de dedicação ao futebol feminino. Mas creio que não tem favorito, é uma disputa aberta. Nossos jogos são sempre muito equilibrados, Aliança/Goiás e Vila Nova é um clássico do futebol feminino goiano”, destacou.
Rivalidade
Aliança/Goiás e Vila Nova/Universo estão construindo uma rivalidade no futebol feminino goiano e Patrícia Menezes acredita que essa disputa polarizada não é boa para o desenvolvimento da modalidade.
“A equipe do Vila Nova tem a parceria com a Universo, então já é uma rivalidade de vários anos. Mas eles são superiores a nós, desde que o projeto começou lá na Universo, eles conquistaram mais títulos que a gente. É uma rivalidade sadia, mas precisamos ter mais times assim, com mais rivalidade, porque só com competitividade que a modalidade vai crescer. A rivalidade resumida a duas equipes atrapalha demais o desenvolvimento do futebol feminino no estado de Goiás”, lamentou.
Crescimento da modalidade
No último domingo (18), Internacional e Corinthians deram o pontapé inicial na decisão da Série A 1 do Campeonato Brasileiro. As duas equipes empataram por 1×1 com gols de Millene, para as coloradas, e Jheniffer, para as corintianas. E o público nas arquibancadas tornou o confronto histórico!
Mais de 36.330 pessoas acompanharam a partida no Estádio Beira-Rio, o novo recorde de público de uma partida de futebol feminino no Brasil. A marca anterior foi registrada na final do Paulistão de 2021, quando 30.077 presenciaram o duelo entre Corinthians e São Paulo, na Neo Química Arena.
Em Goiás, o futebol feminino ainda não conta com um grande números de fãs nas arquibancadas, desejo antigo de Patrícia Menezes. “É meu sonho ver o estádio Serra Dourada cheio ou pelo menos o estádio Olímpico com as arquibancadas cheias, com todos torcendo para o futebol feminino. Espero que um dia esse sonho se realize”.
A ex-goleira, foi a primeira jogadora goiana a ser convocada para a Seleção Brasileira. Hoje na gestão do Aliança/Goiás, Patrícia entende que o futebol feminino goiano precisa de mais investimento.
“No ano que vem vamos ver se o Atlético-GO vai abrir um pouco a sua mentalidade e participar do Estadual. O Goiás provavelmente vai ter sua equipe própria e quem sabe vamos ter uma final no estádio Olímpico. O Morrinhos está chegando agora, têm as outras equipes também, a Aparecidense está aqui pertinho e pode montar um time. Precisamos que o mesmo investimento que esses clubes fazem nas categorias de base e no profissional seja feito para o futebol feminino, porque tem retorno”, declarou.