Como parte da homenagem ao Goiás Esporte Clube pelos seus 77 anos, a reportagem da Sagres 730 entrevistou personagens que fizeram ou ainda fazem parte da instituição esmeraldina. Como Marcelo Almeida, presidente executivo desde agosto de 2017, que em meio à felicidade pelo 6 de abril, ressaltou que o momento não é de festa. Não pelo Goiás, e sim pela situação que o mundo enfrenta diante da pandemia do novo coronavírus.
“São 77 anos de muitas histórias e glórias e é sempre muito bom comemorar aniversário, ainda mais 77 anos, mas infelizmente certos aniversários ficam ofuscados. Gostaria muito de poder fazer uma festa para o Goiás, mas o momento não me deixa fazer esse tipo de festa durante uma pandemia como essa, em que várias pessoas estão sendo acometidas por essa doença e já tivemos várias mortes no Brasil e no mundo inteiro, então sinceramente não é o momento para se fazer muita comemoração”, destacou o dirigente.
Marcelo Almeida (Foto: Rosiron Rodrigues/GEC)
Passado
O começo dos serviços no clube, contou Marcelo, “a vida da gente nos prega muitas surpresas e a coisa aconteceu meio que por acaso. Sou médico ortopedista e atuo na área esportiva, e isso estou falando de 20 e tantos anos que aconteceu. Conheci o Mauro Machado, que já era médico do Goiás naquela oportunidade, e ele me convidou para que pudesse participar do quadro. Fiquei extremamente agradecido naquele momento, porque sempre fui esmeraldino e nunca imaginava fazer parte do quadro do Goiás”.
“Aqueles jogadores que sempre ia no estádio para ver em campo, que via na televisão e ouvia na rádio, passei a conhecê-los presencialmente e a tratar desses atletas. Até hoje agradeço muito, porque naquela época ainda era muito ‘novinho’ e estava começando minha clientela. Graças ao Goiás posso dizer que a minha clientela aumentou, meu nome foi ao mercado e pude mostrar para muita gente aquilo que aprendi na faculdade, então agradeço muito ao Goiás por tudo o que me proporcionou”, acrescentou.
Marcelo Almeida, que passou a ser funcionário esmeraldino em 1996 e hoje atua no principal cargo do clube da Serrinha, contou ainda que “as coisas foram acontecendo, fui me envolvendo politicamente e conhecendo várias pessoas da diretoria. Sou um cara que lida muito fácil e tenho vários amigos, então fui gostando daquela questão. Confesso que nunca tive pretensão nenhuma para atingir o cargo de presidente do Goiás, mas as coisas vão acontecendo, você vai mais mostrando o seu serviço e quem você é”.
Sobre o início da torcida pelo Goiás, o filho do ‘seu’ Luiz Veloso, hoje com 88 anos, relatou que “o meu pai me levava no estádio Olímpico para assistir os jogos do Goiás e eu era mascote. Me lembro muito bem, como se fosse hoje, quando entrei como mascote naquele jogo que o Goiás teve aqui contra o Santos, onde o Pelé esteve presente no Olímpico e eu tinha seis ou sete anos de idade. Nisso passei a gostar cada vez mais e frequentar o estádio”. O jogo da ocasião aconteceu em 10 de outubro de 1973 e terminou empatado em 0 a 0, pela primeira fase do Campeonato Brasileiro.
Futuro
Com seu mandato encerrando no final do ano, questionado sobre o legado que deixa no clube, Marcelo Almeida ressaltou que “2020 vai ser um ano muito manchado por tudo isso que estamos vivenciando. As coisas estão muito obscuras ainda, mas tenho pretensões no Campeonato Brasileiro, na Copa do Brasil e um sonho meu, da diretoria, do ‘seu’ Hailé e de todos aqueles que gostam do Goiás Esporte Clube, que é ter um estádio próprio. Consegui lançar a pedra fundamental, fazer a primeira etapa no ano passado e estamos ‘a duras penas’ tentando concluir a segunda”.
Segundo o dirigente, “tínhamos tudo muito bem cronometrado, mas infelizmente fomos abatido com esse grande problema e agora confesso que não sabemos como vai ficar. Não sabemos quando retornaremos a jogar, a respeito dos recursos que teremos, porque os patrocinadores zeraram os patrocínios, o que a Globo vai fazer conosco, a bilheteria, enfim. Tinha vários projetos e infelizmente esses nossos sonhos, muitos deles, foram manchados por conta dessa pandemia. Isso talvez seja o de menos, porque esperamos que na verdade o mundo inteiro saia dessa muito mais fortalecido”.
Ouça na íntegra a entrevista com o presidente Marcelo Almeida:
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