OPINIÃO TÉO JOSÉ

Hoje o Goiás Esporte Clube está completando 78 anos de história. O time que me encantou e me chamou para ser torcedor. O time que me apaixonei em 1973. De todo esse tempo eu vivi com paixão 47 anos – desde que tinha dez frequentei os estádios – primeiro como mascote, era um daqueles garotos que entravam com os jogadores em campo.

Lá no Estádio Olímpico vi os primeiros jogos do Goiás no Campeonato Brasileiro. Depois fui ao novíssimo Serra Dourada e de mascote passei para arquibancada, onde foi fundada a primeira torcida organizada do Verdão. Muito diferente do que é hoje. Era uma torcida de oito, nove pessoas – era a Goiás Jovem que ia para os jogos com bandeiras, faixas e papel picado para incentivar o time. Tínhamos poucos instrumentos, mas era o suficiente para darmos ritmos a milhares de torcedores que frequentavam o Serra e geralmente saiam satisfeitos.

Nesse tempo todo eu tive condições de acompanhar o Goiás, minha paixão. Eu vi o meu time ser campeão várias vezes do Torneio Início, Campeão Goiano, vi o time chegar a uma final de Sul-Americana, uma final de Copa do Brasil e perder o título para o Flamengo após um empate no Serra Dourada. Acompanhei também o time chegando muito longe no Campeonato Brasileiro.

Mas de dez anos para cá, vi um Goiás que era grande, se apequenar. Assistir diversos treinos na Serrinha. Vi Amauri, Alexandre Neto, Macalé, Triel, Matinha, Tuíra, Paghetti, Lucinho, vi Lincoln – Leão da Serra, meu grande ídolo. Edson, Zé Teodoro, Luvanor, Uidemar e muita gente boa jogando no Goiás, mas também vi muitos que nunca deveriam ter vestido a camisa alviverde.

Confesso aos torcedores que o maior do centro-oeste está doente. Uma doença que vem se agravando nos últimos tempos. Já fomos do tamanho e até maior que Athletico Paranaense, Ceará, Fortaleza – já fomos do tamanho do Bahia. Já pensamos em sermos, de repente do tamanho do Santos, Botafogo, Fluminense. Já passou também pela cabeça ser do tamanho do Cruzeiro e do Galo.

Só que hoje o Goiás se apequenou. Nos últimos tempos vivemos em uma verdadeira gangorra de sobe e desce na Série A do Campeonato Brasileiro e Série B. Um clube que cada vez se fecha mais e com quase sempre as mesmas pessoas ditando os seus rumos. Um clube que perdeu seu profissionalismo nas categorias de base e a marca de vender e negociar jogadores.

Um time que não tem mais aquele padrão de jogo que gostávamos de ver. Com toque de bola e procurando sempre o ataque, como me lembro de Cacau em um jogo diante do Fluminense deitando e rolando. Qualquer time que vinha no Serra Dourada perdia ou empatava, quando vencia era porque tinha jogado muita bola. Hoje isso está no passado.

Então nesse dia de aniversário, não temos absolutamente nada para comemorar e só espero que as poucas pessoas que tomam as decisões no Goiás hoje, possam ter um dia de reflexão e de pensar grande, para quem sabe um dia o clube possa voltar a ser grande.

Goiás Esporte Clube muito obrigado pelas alegrias que me deu nesta minha vida de torcedor. Peço mais uma vez, encarecidamente, para as pessoas que hoje mandam no Goiás, lutem. Que lutem muito, sei que a tarefa não é fácil, mas que possamos chegar na metade do que esse clube foi um dia.