Aquele torneio amistoso entre os quatros clubes de Goiânia não vai sair. A competição seria uma forma de dar ritmo de jogo aos representantes goianos nas competições nacionais. Atlético e Goiás na Série A, Vila Nova na Série C e Goiânia na Série D.
A Federação Goiana de Futebol (FGF) se dispôs a organizar o torneio e até colaborar para a viabilidade do mesmo. A partir daí saiu em busca de parceiros para bancar os custos. Ofereceu para os canais de televisão para transmissão, buscou patrocinadores para painéis no estádio e com estes recursos realizaria a disputa, observando com rigidez, o protocolo estabelecido pela CBF para o controle da pandemia.
Quando as negociações estavam em andamento veio o decreto do governador Ronaldo Caiado propondo o isolamento intermitente, com 14 dias de atividades e 14 com permissão de funcionamento apenas para as atividades essenciais. O município de Goiânia foi um dos que aderiram ao decreto do governador e os investidores viram que não tinham segurança para colocar dinheiro em um negócio que poderia não acontecer. Resultado: a FGF ficou sem ter onde buscar os recursos e os clubes foram prejudicados.
Agora cada equipe vai buscar por adversários para jogos amistosos, para dar ritmo de jogo para seus atletas e, acredito eu, que só será seguro a realização destes amistosos entre estes mesmos quatro times, pois eles estão cumprindo as medidas de segurança para evitar a contaminação pelo coronavírus, o que não se sabe se outras equipes também estão.
No futebol, como tudo no capitalismo, nada se viabiliza sem ter quem paga a conta. E a não realização do torneio é sem dúvida muito ruim para a preparação do futebol goiano para a participação nas competições nacionais. Esta é mais uma consequência da falta de capacidade de entendimento por parte das autoridades municipais e estaduais de que no futebol profissional há um protocolo para ser seguido que garante a saúde dos atletas e evita a propagação da pandemia.
O que não ocorre com estas mães rodeadas dos filhos que estão sentadas com as crianças nas portas dos bancos, pedindo a quem entra e sai um dinheiro para comprar alimentos. Neste grupo nem a máscara está sendo usada, mas para este grupo não existe nenhuma lei específica, porque este grupo não tem condições para comer, imagine então para arcar com as consequências da falta de conhecimento das autoridades.
Além do mais, são brasileiros abaixo da linha da pobreza e o máximo que podem significar é gasto para o setor público que tem a obrigação de garantir condições dignas de sobrevivência para a população e sendo assim é melhor intervir na vida dos clubes de futebol e fingir que estes pobres esparramados pelo chão, sem nenhum controle de higiene, não existem.