Foto: Rafael Bessa/Sagres On 

O governador Ronaldo Caiado confirmou na tarde desta quinta-feira (12) os primeiros casos positivos do novo coronavírus em Goiás. São três pacientes com o Covid-19, dois de Goiânia e um de Rio Verde. Os três estão em isolamento domiciliar e passam bem. Dois pacientes são de Goiânia. Um tem de 38 anos de idade e chegou dos Estados Unidos recentemente. O outro tem 31 anos estava em viagem à Itália, país que enfrenta o maior surto da epidemia na Europa. O terceiro infectado tem 61 anos, é de Rio Verde e chegou da Espanha também recentemente.

No último boletim epidemiológico divulgado na tarde desta quinta-feira o Ministério da Saúde confirmou 77 casos no Brasil. Entre eles não constavam os casos de Goiás. Com a confirmação, Goiás sai do nível 0 no ranking de registro da doença para o nível 1, quando há entre 1 e 100 pacientes com teste positivo para o vírus.

Além de confirmar os primeiros casos no Estado, o governador também anunciou em reunião com veículos de comunicação no início da tarde de hoje, antes da entrevista coletiva à imprensa que aconteceu no Hospital do Servidor Público, o decreto de emergência em saúde pública e medidas de contenção da disseminação do Covid-19.

Entre as medidas, Caiado anunciou a ocupação pelo Estado do Hospital do Servidor Público, no Parque Acalanto, em Goiânia, para destinação de 222 leitos para atender os pacientes de média e alta complexidade infectados com o vírus. Uma ala do Hospital de Doenças Tropicais (HDT) já está reservada para os pacientes. O hospital do Ipasgo será usado assim que houver superlotação do HDT. Com isso, o governador acredita que Goiás será o único Estado da federação que terá um hospital exclusivamente para pacientes com o novo coronavírus.

Caiado, que também é médico, explicou que só serão hospitalizados os pacientes com dificuldades respiratórias. As pessoas com sintomas mais simples, similares aos de uma gripe comum, ou assintomáticas serão mantidas em isolamento domiciliar. De acordo com Caiado, a partir da confirmação dos primeiros casos a contaminação deve seguir em espiral, com crescimento vertical em poucos dias.

Ele não quis fazer uma previsão de números de contaminados no Estado, porque acredita que poderia ser um chute. Todavia afirmou que o pico da doença deve durar cerca de 14 dias e acha que “céu de brigadeiro” só daqui a quatro meses.

O decreto de emergência é para facilitar adoção de medidas administrativas, como a ocupação pelo Estado do hospital do Ipasgo, que é propriedade dos servidores públicos, e para comprar medicamentos e equipamentos de saúde em situação emergencial, sem a necessidade de licitação. O Estado terá de comprar remédios, álcool gel 70%, máscaras e adquirir ou alugar respiradores etc.

O Estado criou o Centro de Operação de Emergência (COE) para monitorar os casos, propor estratégias de saúde e orientar as informações públicas. O governo anunciou revezamento do horário de entrada no trabalho de servidores públicos que usam o transporte públicos para evitar aglomeração de pessoas em terminais, abrigos e nos ônibus, a suspensão de todos os eventos públicos realizados pelo governo e ainda recomendou a suspensão de eventos realizados por particulares, como jogos de futebol.

Não haverá suspensão das aulas e fechamento das creches. O Estado considerou que os pais continuarão a trabalhar e que as crianças poderiam ficar em casa aos cuidados de avós, grupos mais vulneráveis ao coronavírus.

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