Começou nesta quarta-feira (17) e segue até a sexta-feira (19) a visita de diversas organizações de direitos humanos e movimentos sociais a comunidades que vivem no campo e em áreas urbanas, em Goiás. A coordenadora do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno, Ângela Cristina, afirmou que a situação do estado é crítica em relação ao tema.

Assista a entrevista na íntegra:

“Essa comitiva veio a Goiás porque aqui é um estado emblemático de violação de direitos humanos. As comunidades estão em seus processos de despejo e a qualquer momento podem ser despejadas”, disse.   

Segundo dados contabilizados pela Campanha Despejo Zero em maio deste ano, Goiás possui 2.756 famílias ameaçadas de despejo, outras 1.623 foram despejadas e 976 que vivem em ocupações estão com despejos suspensos temporariamente, devido a pandemia da Covid-10.

Ângela Cristina afirmou que não chega assistência do poder público para essas pessoas. “Essas famílias não têm condição de pagar aluguel. São famílias que não têm para onde ir e por isso estão nessas ocupações, vivendo essas situações de insegurança alimentar, fome e essa crise que estamos vivendo: sanitária, social e ambiental. Infelizmente a corda arrebenta no lado mais fraco”, lamentou a coordenadora do Comitê.  

A coordenadora do Comitê Dom Tomás Balduíno destacou a importância das atividades da comitiva de direitos humanos em Goiás. Ângela Cristina disse que a comissão já visitou comunidades em Terezópolis de Goiás, vai passar por ocupações urbanas em Goiânia e encerrará com uma audiência pública.

“No primeiro momento uma grande escuta das comunidades sobre as violações. A comitiva nacional vai organizar um relatório, reunir-se com as autoridades e entregar. Ao final vamos construir uma incidência com esse documento a partir dessa escuta atenta às comunidades”, explicou.

Conforme Ângela Cristina, a comitiva que visita Goiás é formada por seis conselheiros nacionais de direitos humanos.

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