(Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás)

O ano de 2019 pretende ser um marco para o crescimento do futebol feminino tanto em praticantes, quanto expectadores, no território brasileiro. Novas regras, incentivo e a audiência da Copa do Mundo Feminina chamou a atenção de empresas e novos investidores. Nesta terça-feira (13), a diretoria do Goiás apresentou, oficialmente, uma parceria, com vigência inicial de dois anos, com a Universidade Salgado de Oliveira (Universo), para a formação de um time feminino e revelação de novas jogadoras.

A equipe feminina vai treinar no Campus 2 da instituição de ensino e terá a disposição a estrutura do elenco profissional masculino como: alojamentos, exames médicos, fisioterapia, tratamento e análise de desempenho. Os jogos devem ser realizados no estádio da Serrinha com a possibilidade de transferir para as preliminares dos jogos na Série A do Campeonato Brasileiro.

“Nós temos uma felicidade muito grande poder agora contar com talentosas jogadoras e sem dúvida nenhuma vai ser um projeto que vai ser de uma grandeza excepcional para o nosso estado”, exaltou o assessor da presidência, Harlei Menezes.

O coordenador geral do Projeto, William Mendes, está a frente do futebol feminino na Universo desde 2005 na revelação de atletas e participações nos três últimos anos da Copa do Brasil Feminina. Nas últimas temporadas, disputou o Campeonato Goiano, com o nome Universo/Jaó, onde foi campeão em quatro das últimas seis edições disputadas.

“Tivemos outras preocupações como ali fazer um projeto. Nós podemos investir também na educação das nossas atletas. É importante que a gente invista nas atletas e na modalidade. Nem todas essas meninas vão, de fato, conseguir sobreviver do futebol. É um percentual baixo, como é no masculino. Então porque não formamos uma fisioterapeuta que possa voltar para trabalhar no Goiás, uma psicóloga que nos ajude aqui”, explicou Zuza, que é analista de desempenho do futebol masculino e diretor do futebol feminino.

Este é o primeiro time feminino de futebol da história do Goiás Esporte Clube.

Legislação

O lançamento do novo projeto é uma consequência de esforços governamentais e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para estimular a prática e o investimento na modalidade.

Em 2015, a ex-presidente Dilma Roussef assinou a Lei 13.155/2015 que estabeleceu os princípios e práticas de responsabilidade fiscal e financeira e de gestão transparente e democrática para entidades desportivas profissionais de futebol. Como contrapartida, os clubes que aderiram ao Pró-Fut, de acordo com o artigo 4º, que determinou a manutenção de investimento mínimo na formação de atletas e no futebol feminino e oferta de ingressos a preços populares.

A partir de 2019, há novas regras de licenciamento de clubes para os clubes que desejam participar de torneios da CBF, da Conmebol e da Fifa. Para participar da disputa da Libertadores masculina, os clubes precisam ter uma equipe profissional feminina própria – ou então associar-se a outro clube que já a possua. Além disso, as regras cobram que haja ao menos uma categoria feminina juvenil. Os times da Série A também foram obrigados e os clubes da Série B devem iniciar as atividades a partir de 2020.

A medida se enquadra diretamente no estatuto da Fifa, que exige posturas anti-discriminatórias (art. 23) no futebol: a entidade cobra que clubes e federações tomem medidas para impedir a desigualdade de gênero.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em fevereiro de 2019, anunciou a criação de três novas categorias: Campeonato Brasileiro Sub-17, Supercopa sub-17 e Brasileirão sub 18. A inclusão de novas equipes provou o aumento de 29 para 36 participantes da Série A-2 do Brasileiro.

Em Goiânia, a vereadora Sabrina Garcêz (sem partido) apresentou projeto de lei para a criação da política Municipal de Fomento ao Futebol Feminino na capital. De acordo com a proposta apresentada, um Comitê de Fomento seria o responsável por garantir a oferta da prática tanto na forma de atividades educacionais e de lazer, quanto na profissionalização do futebol feminino.

O projeto também prevê a criação, em parceria com o governo estadual, de um Centro de Formação para atletas e equipe técnica em Goiânia. “O intuito do projeto é incentivar a prática do futebol feminino em nossa cidade, além de garantir a profissionalização de atletas e a inclusão de equipes femininas em campeonatos municipais”, afirma Sabrina.

Em Goiás

O futebol feminino, em Goiás, ganhou um sopro de esperança com as novas medidas. Em 2018 apenas três times participaram da competição: Aliança, Universo/Jaó e Campineira. Isto representou um calendário anual oficial de apenas 8 jogos no ano passado. Esta é uma situação recorrente na última década. Falta-se adversários!

Em 2019, a situação não é muito diferente. Devem participar o Aliança, Goiás/Universo, Anhanguera (Anápolis) e Independente (Rio Verde). O campeão ganha vaga para a disputa da Copa do Brasil e para a Série A-2 do Brasileiro.

Elenco:

Nesta terça-feira, a diretoria do Goiás anunciou a comissão técnica e o elenco com 19 jogadoras

Técnico Robson Freitas

Auxiliar Técnico: Lazaro Caiana

Preparador Físico: Vaner Marçal

Auxiliar Físico: Bruno Henrique

Goleiras: Rosane, Débora

Laterais: Maria Elisa, Naiane,

Zagueira: Nathielly, Érica, Jassiara,

Volante: Claudiane, Jeisa, Jaielly

Meias: Xuxa, Sofia, Paulista, Ana, Lorrane Caixeta

Atacantes: Mariana, Samara, Giully, Paraná