Uma das 17 ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável), a “educação de qualidade” aos jovens pelo mundo é uma das metas da agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas). O acesso para todos os homens e mulheres à educação técnica, profissional e superior de qualidade, a preços acessíveis, incluindo universidade, é um dos pontos que devem ser atendidos pelos próximos oito anos. E como ferramenta de inclusão e cumprimento da ODS 4, a educação de qualidade, o Goiás Esporte Clube fechou uma parceria em que vai dar aos jogadores das categorias de base, a oportunidade de completarem o ensino superior.

Parceira do Goiás neste projeto, A Fundação Justus tem dois Centros de Ensino Superior: CESUT, em Jataí, e o CESUP, em Piracanjuba. Como contrapartida, vai realizar obras na estrutura da base esmeraldina. Inicialmente com a reforma de um dos campos e dos vestiários do CT do Parque Anhanguera.

“A ideia é buscar objetivos em comum com o clube e o atleta. Já estamos preparando um currículo especial, não só pelo EAD, mas para trazer, futuramente, cursos aqui pra dentro do Goiás. A ideia é deixar o atleta bem preparado para depois da vida acadêmica”, explicou Acácio de Carvalho Neto, coordenador da parceria.

No caso dos jogadores esmeraldinos, por causa da agenda de jogos, as aulas serão no sistema EAD (Educação a Distância). A chance dada aos jovens jogadores que já estão terminando o ensino médio, é vista pelo gestor das categorias de base do Goiás, Eduardo Pinheiro, como um passo importante não só para depois do fim da carreira, mas a curto prazo, para aqueles que não seguem por muito tempo no futebol profissional. “A vida no futebol é muito rápida. No máximo, uma carreira longeva é de 15 anos, então o atleta sempre deve estar preparado, com um curso superior, pra poder atuar na área que acha melhor pra vida dele fora dos gramados”, disse Eduardo.

Eduardo Pinheiro – Gestor das Categorias de Base do Goiás (Foto – João Victor Simões)

Aulas e autoestima

Quanto ao desenvolvimento dos jogadores que estudam pelo sistema EAD, nas dependências da casa do atleta, no CT, a pedagoga Mônica Fernando dos Santos, é quem faz o acompanhamento. As aulas da parceria com a Fundação Justus ainda não começaram, mas os exemplos daqueles que ainda cursam o ensino médio, dão a medida quanto ao comprometimento de cada um.

“Quando a gente trabalha família, escola, atleta e o clube, dá certo. Estamos tendo uma resposta grandiosa quanto à situação do desenvolvimento de cada um. Anteriormente, por muitas vezes, o jovem chegava com defasagem escolar só pelo fato de ser atleta também, mas agora ele é convidado ao resgate”, explicou Mônica, que também conta com o apoio de uma psicóloga.

“Estudar, além de jogar, serve para o jogador quebrar o estereótipo, existente ainda, que atleta de futebol é pouco estudado. Colabora também pra autoestima do atleta, como falar melhor e desenvolver melhor a questão cognitiva dentro e fora de campo”, destacou Giannandrea Vasconcelos.

Exemplos

O volante Cauã, 15 anos, e o lateral direito Lauro, 17 anos, são exemplos de dois jogadores que conciliam os estudos com a rotina de treinos e jogos pelo Goiás. No primeiro ano do ensino médio, o meio-campista sabe da necessidade de terminar os estudos escolares e ingressar em uma faculdade. “Se não der certo no futebol, devo ter um segundo plano. Sempre tive vontade de fazer uma faculdade, que é um sonho meu, mas também da minha mãe e do meu pai, disse o Cauã, que pretende cursar educação física, assim como o Lauro, que já terminou o ensino médio. “É um bom curso porque envolve o futebol e ajuda na formação como atleta”, finalizou o Lauro.