O Movimento Goiás Competitivo (MGC), comandado por Pedro Bittar e braço regional da instituição de Jorge Gerdau (Movimento Brasil Competitivo/MBC), precisaria ter realizado a 1ª Edição da Feira de Franquias do Estado de Goiás, entre os dias 19 e 20 de abril, no Centro de Convenções de Goiânia. Afinal de contas, dois Poderes se uniram para aprovar e sancionar recursos que viabilizassem o acontecimento.
Tudo sacramentado pela Lei 17.992, publicada no Diário Oficial do Estado, na edição 21.571 de 18 de abril de 2013. O custo para o contribuinte goiano é de R$ 455.793,73. Um dinheiro oriundo do Fundo de Desenvolvimento de Atividades Industriais (FunProduzir) e que é gerenciado pela Secretaria de Indústria e Comércio (SIC).
Para que os recursos custeiem a iniciativa do MGC, a entidade tem que desembolsar R$ 44 mil, a título de contrapartida. O volume pecuniário custeará cursos de capacitação em franchising (franquia), para cem pessoas, com carga horária de oito horas.
2º Semestre
Apesar de toda ambientação, a feira não aconteceu, sob a justificativa da entidade de que os prazos estavam apertados. No setor de captação de eventos do Centro de Convenções, Ana Paula informa que apenas uma minuta de reserva foi assinada pela versão goiana de Jorge Gerdau, para o segundo semestre deste ano. Provavelmente em agosto. Contrato e uma data certa, por enquanto nada.
A direção do MGC sai em defesa da honra da entidade e garante que o evento acontecerá entre os dias 8 e 9 de agosto de 2013, no Centro de Convenções. Adianta, ainda, que 65 franquias devem apresentar seus produtos e tentar fechar negócios. A expectativa é de que cerca de 30 mil pessoas visitem a feira. Pedro Bittar, entretanto, não consegue indicar o volume pecuniário a ser movimentado durante o evento.
Na SIC, o processo de liberação do recurso continua a tramitar na Superintendência de Comércio e Serviço, de acordo com dados da Assessoria de Comunicação Setorial. A saída para que o MGC não perdesse os recursos foi apresentar um adendo, informando a administração pública de que o evento foi atropelado pela ineficiência gerencial pública. Aliás, a situação estimulou, no passado, a criação do MBC.
MBC
O MBC foi fundado pelo empresário Jorge Gerdau, em 2001, e vem fazendo a cabeça de governantes do país. O instituto se transformou num verdadeiro oráculo utilizado por políticos de toda a matiz ideológica. A espinha dorsal do movimento é a disseminação de práticas de gestão da iniciativa privada na seara pública, como forma de torná-la eficiente administrativamente. Para tanto, o MBC indica aos administradores públicos profissionais ligados a uma das 14 empresas que prestam serviços em parceria com a instituição.
Em Goiás, seis secretarias tiveram suas rotinas administrativas auditadas por empresas ligadas ao MBC, ao longo de 20 meses – Meio Ambiente/Semarh (Deloitte Touche Tohmatsu Consultores), Segurança Pública e Justiça/SSP (Deloitte e Brainstoerning), Educação (Bain & Co.), Gestão e Planejamento (Instituto Publix), Saúde (Instituto Publix) e Fazenda (Falconi Consultores de Resultado/antigo INDG).
Estima-se, uma vez que o MBC não divulga dados, que os serviços tenham custado cerca de R$ 17 milhões, pagos por investidores particulares, reunidos pela instituição de Gerdau. A intermediação dessas ações foi feita pelo MGC, criado em 2005, quando, de acordo com o site oficial da entidade, o governo de Goiás, juntamente com as entidades que constituem o Fórum Empresarial de Goiás, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/GO) e o Fórum dos trabalhadores, assinaram o Protocolo de Intenções, manifestando o interesse e registrando a iniciativa de unir esforços para alavancar o desenvolvimento econômico e fomentar a competitividade empresarial no Estado.