O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apresentou à Secretaria Estadual de Gestão e Planejamento (SEGPLAN) detalhes do programa de Títulos de Impacto Social, que poderá ser implantado pelo Governo já no segundo semestre deste ano. O projeto define a prestação de serviços sociais por meio de Organizações Não Governamentais (ONGs), que receberiam os recursos necessários de investidores.

Empresários nacionais e internacionais, além do próprio BID poderão fazer propostas de trabalhos em que a execução seria mais eficiente que a realizada pelo Estado. Ao fim do serviço, o governo analisaria os resultados e reembolsaria os investidores caso o objetivo tenha sido alcançado.

O secretário Leonardo Vilela recebeu a apresentação de técnicos do BID e gostou do que ouviu. “É uma possibilidade extremamente interessante. Se trata de um mecanismo de capitação de recursos de investidores privados para investimentos em projetos de interesse de toda a sociedade. Nós vamos apresentar uma proposta, nós temos três áreas pilotos, inclusive contando com investidores locais, sendo dois na área social e um na área ambiental,” diz.

O líder em mercados financeiros do BID, Luciano Schweizer, explica como os investidores poderão se interessar, no quesito financeiro, em investir nos trabalhos sociais de ONGs que prestem serviços ao Governo. “A forma de calcular isso é um pouco diferente da tradicional. Na hora de prestar o serviço você diz que o serviço custa tanto, que você adiciona e lucra e passa a valer tanto. Neste caso a lógica é invertida. Quanto é que custa eu reduzir 10% do abandono escolar. Custa X. Tem alguém do setor privado que pode fazer isso por um valor inferior a este? Isso gera uma economia para o governo. Se o setor privado gerenciar isto de forma efetiva, vai beneficiar a ONG, pode obter inclusive um lucro,” explica.

A expectativa do governo e do BID é de que o primeiro convênio seja fechado já no segundo semestre deste ano.