Foto: Arquivo Sagres 730

Morreu nesta quarta-feira (25) o locutor Claudino Silveira. O radialista trabalhou na Rádio Difusora por mais de 55 anos e interrompeu seus trabalhos por problemas de saúde. Natural de Nova Aurora, veio para Goiânia quando criança com toda família. Além da rádio, Claudino trabalhava na Procuradoria de Goiânia.

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Funcionário da nossa rádio desde 1957, afastado há alguns anos por motivos de saúde. No último mês de novembro completou 80 anos de vida, e fizemos um programa especial para ele na rádio. “Alma Sertaneja” e “Mourão da Porteira” fazem parte da história do rádio goiano, com a voz inconfundível do Claudino. Na última segunda-feira ele me ligou desejando os votos de feliz Natal antes de ir para a sessão de hemodiálise. Lá ele teve complicações e foi identificada uma infecção urinária. Internado desde então, não resistiu e veio a falecer. Nesta quinta-feira, 26 de dezembro, a Rádio Difusora estará de luto e dedicará uma programação especial ao nosso mais antigo colaborador. Rezemos pela viúva, Terezinha, família e admiradores deste grande colaborador de nossa obra de evangelização no Rádio. Quando tivermos informações sobre o velório e o sepultamento, divulgaremos.</a></p> <p style=” color:#c9c8cd; font-family:Arial,sans-serif; font-size:14px; line-height:17px; margin-bottom:0; margin-top:8px; overflow:hidden; padding:8px 0 7px; text-align:center; text-overflow:ellipsis; white-space:nowrap;”>Uma publicação compartilhada por <a href=”https://www.instagram.com/difusorapaieterno/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading” style=” color:#c9c8cd; font-family:Arial,sans-serif; font-size:14px; font-style:normal; font-weight:normal; line-height:17px;” target=”_blank”> Difusora Pai Eterno</a> (@difusorapaieterno) em <time style=” font-family:Arial,sans-serif; font-size:14px; line-height:17px;” datetime=”2019-12-26T02:17:34+00:00″>25 de Dez, 2019 às 6:17 PST</time></p></div></blockquote> <script async src=”//www.instagram.com/embed.js”></script>
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Claudino José da Silveira nasceu em 26 de novembro de 1939 em Nova Aurora, interior de Goiás. Formado em Direito, o “Doutor do Sertão” se mudou para Goiânia com a família. Na capital, atuou na Procuradoria de Goiânia, mas sua paixão pela rádio lhe rendeu mais de 55 anos no ar com os programas Mourão da Porteira e Alma Sertaneja, na rádio Difusora.

O radialista começou sua carreira ainda jovem. Com 15 anos de idade já apresentava o programa Mourão da Porteira. Claudino participava de um grupo de reza diário na Difusora. Certo dia, na falta do apresentador do programa sertanejo da rádio, o diretor lhe perguntou se ele teria coragem de apresentar. Empolgado, o “Doutor do Sertão”, como também era conhecido, aceitou o convite. Sua boa desenvoltura fez tanto sucesso entre os ouvintes que lhe rendeu um programa próprio. A partir do então, Claudino criou os nomes que consagraram os programas e até hoje estão no ar.

Amiga próxima do locutor, Nélia Maria Bandeira, da dupla mirim Bandeirinha e Goianinha, relembrou em entrevista à Sagres 730 que Claudino era apaixonado pelo rádio. Quando o radialista teve que se afastar dos trabalhos, teve até início de depressão. “Ele amava o que fazia. Era de uma educação muito grande, um homem fino, mas era extremamente exigente. Quando a Difusora o aposentou ele ficou muito triste. A rádio era a vida dele”, diz Goianinha.

Querido pelos ouvintes, Claudino era um “grande defensor da música raiz”, como descreve o radialista e supervisor do sistema Brasil Central, Fernando Cozac. “Eu não era amigo pessoal dele, mas posso dizer, pelo pouco que o conheci no trabalho, que era uma pessoa muito bem relacionada, fazia questão de estar entre amigos. Ele merece, sem sombra de dúvidas, uma homenagem pela sua participação e contribuição no incentivo ao sertanejo”, complementa Cozac.

Claudino era casado com Terezinha Prado e foi pai de três filhos, Sergio Fernando (já falecido), Claudio Silveira e Fábio José. “Ele era uma pessoa família, da velha geração que dava valor aos laços”, destaca Jason Abrão radialista da Agência Brasil Central. “Deixou um grande legado. Vai fazer muita falta na música sertaneja”.

Entre seus inúmeros fãs, é possível citar o apresentador do Sinal Aberto, da TV Sagres, Cleber Ferreira, que o ouvia quando adolescente e depois seguiu seus passos. “Eu passei no vestibular com 14 anos e o Claudino já estava no mercado. Me lembro que eu o ouvia e admirava. Logo eu também entrei na carreira de rádio, trabalhei lado a lado com ele e essa amizade veio para a vida pessoal”, relembra Cleber Ferreira.

Em 1985 Claudino esteve afastado da rádio Difusora e nesse período atuou na Sagres 730, quando ainda levava o nome de Rádio Clube de Goiânia, por cerca de seis meses. Seu operador de mesa na época era o Justino Guedes, que atualmente apresenta o programa Raiz Brasileira na Rádio Sagres 730. Justino recebeu Claudino em seu programa em setembro deste ano. Na ocasião, relembraram histórias como, por exemplo, quando a rádio era um canal de recados aos moradores da zona rural.

Além disso, na ocasião, Claudino contou qual seu segredo para tantos fãs lhe acompanharem. “No rádio você tem que cativar o ouvinte. A primeira coisa é atender bem”, destacou. “Lembro que nós recebíamos cartas, abria, marcava a data de nascimento daquele ouvinte remetente e no dia de seu aniversário nós tocávamos a música que ele gostava e dedicava a ele. Era uma forma de abraçarmos o aniversariante”, relembrou em visita ao programa Raiz Brasileira.

Claudino Silveira estava afastado de suas atividades desde 2012 após um acidente de carro. O radialista também sofria de diabetes e problemas renais. Além disso, era submetido a hemodiálises diariamente. Ele morreu aos 80 anos e deixou esposa, dois filhos e um belo legado para a música sertaneja.

Dili Zago é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o IPHAC e a Faculdade Araguaia sob supervisão do jornalista Vinicius Tondolo.