Agentes e escrivães da polícia civil e auxiliares de autópsia do Instituto Médico Legal retomaram o movimento de greve há quase 20 dias e afirmam não ter respostas efetivas do governo estadual durante a negociação. Inquéritos criminais, registro de ocorrências e a retirada de cadáveres das ruas são as principais consequências do movimento, que não tem prazo para acabar.

O governador, Marconi Perillo, do PSDB, explica que existe um impasse financeiro para resolver a questão. “Nós atendemos praticamente todas as reivindicações dos grevistas, mas há um ponto que não foi discutido especificamente, mas que foi colocado em um documento genericamente que diz respeito a impacto financeiro. A proposta do sindicato implica em um aumento na folha, gastos com a polícia civil da ordem de R$150 milhões ano. Nós fizemos uma proposta que foi apresentada pelo secretário Vecci que porta em um investimento a mais na folha de R$ 4 milhões mês, ou seja, entre R$ 48 e R$ 50 milhões. O que está no meio disso é R$ 100 milhões, o Estado não tem esse dinheiro, não tem como suportar isso”, esclareceu.

Marconi destaca que o governo gastou mais de um bilhão de reais no cumprimento da data base dos servidores, que tiveram aumento salarial de dez por cento. O governador afirma que o Estado corre o risco de não pagar a folha dos funcionários, caso algum novo incremento salarial seja concedido. Ele pede a compreensão dos grevistas da polícia civil e do IML. “Nós não podemos dar nenhum tustão de aumento porque se não, nós não vamos ter condições de arcar com as despesas de folha. Eu não posso adotar uma posição que signifique amanhã , atraso de pagamento ou outras dificuldades no equilíbrio do caixa e do tesouro do estado. Peço a compreensão dos policiais, o que nós estamos oferecendo vai significar no ano que vem, na data-base um aumento no entorno de 20 a 25% no salário deles”, declarou.

A greve dos policiais civis e auxiliares de autópsia continua e completa 18 dias nesta quinta-feira (8).

Com informações do Repórter Rubens Salomão.