A pandemia acabou acelerando um processo que já era crescente de introdução de tecnologias no ambiente escolar. Com o aumento dessa necessidade as escolas brasileiras buscaram alternativas para o ensino remoto.

Por isso, o Instituto Alana, Educadigital e Intervozes, com o apoio do nic.br, elaboraram o guia “A escola no mundo digital : dados e direitos de estudantes”.

Em entrevista ao Sagres em Tom Maior, a advogada do Programa criança e consumo, do Instituto Alana, Marina Meira detalhou que com a pandemia “o processo de introdução das novas tecnologias nas salas de aula aconteceu de uma forma muito brusca e muitas vezes sem um preparo prévio”.

“Apareceram muitos desafios no dia a dia das escolas, dos educadores e especialmente dos estudantes. O desafios do acesso a internet que aprofundam ainda mais as desigualdades. Mas os desafios da educação mediada pelas novas tecnologias vão muito além disso, pensando nessa necessidade que o guia foi elaborado”, ressaltou.

Para Marina “o guia olha para outras questões que envolvem a inserção de tecnologia no dia a dia das salas de aula. Pensamos em proteção de dados, em como a imagem dos estudantes está sendo colocada e o que está em jogo”, frisou.

A advogada relatou que muitas empresas de tecnologia colocaram suas plataformas digitais a disposição das Secretarias de Educação, buscando parcerias gratuitas. No entanto, essa iniciativa pode trazer várias implicações que os educadores e pais precisam estar atentos.

Em relação a proteção dos dados, Marina alertou que “quando as escolas se inserem no meio digital, além dos dados tracionais das crianças e adolescentes, que naturalmente são compartilhados com as escolas. Como dados cadastrais, informações e fotos, outros dados como o login na plataforma, o e-mail, a senha, podem ser coletados e armazenados no banco de dados estudantis”.

“Informações como os sites que a criança acessou, cliques e comportamento nas redes sociais também podem ser captados e coletados por essas empresas. Por isso é muito importante falar em proteção de dados nesse cenário da escola no mundo digital”, destacou.

Confira a íntegra da entrevista com Marina Meira na Sagres TV