Ele não é adorado e visto como o maior dirigente da história do Goiás atoa. O presidente do Conselho Deliberativo e dirigente máximo do clube, Hailé Pinheiro, preza muito pela sinceridade e foi essa a principal marca de uma entrevista especial na 730, conduzida pela repórter André Rodrigues nesta segunda-feira. Logo de início, Hailé não escondeu o desagrado com Enderson Moreira, primeiro pela decisão de fazer uma cirurgia antes da grande decisão na última rodada, contra o Santos.
“Eu não entendi porque o Enderson foi operar exatamente antes da decisão no último jogo nosso, que a gente podia ter uma vaga para a Libertadores. Se no futebol você sai do foco, não vence o jogo, e eu avisei a todos no Goiás que a gente não venceria aquele jogo (contra o Santos), o time não parecia estar lutando por uma Libertadores. Eu não sou médico, então não daria palpite em uma área perigosa, mas é o seguinte: se aguentou 41 anos com o problema, podia aguentar mais quatro dias”
Hailé deu a entender que achou muito estranha a atitude de alguns jogadores na reta final esmeraldina na Série A, citando, por exemplo, o zagueiro Rodrigo e o volante David no jogo contra o Atlético-MG, mas não acredita que houve “sacanagem”. O que não deu para entender, segundo o eterno presidente, foi a opção do técnico Enderson Moreira de não utilizar os garotos da base do clube e buscar jovens atletas em outras equipes. Foi por isso, segundo Hailé, que o Goiás acertou com o novo treinador, Claudinei Oliveira.
“Ele não aproveitou a base, deu uma chance para um e para outro, e para Sasha e Renan Oliveira deu mil chances. A gente não entendeu como vem um jogador jovem de fora que pode errar mil vezes e os nossos aqui não podem errar nenhuma vez. Se tem um item que eu não agradei do Enderson foi esse. Por isso fomos buscar o Claudinei, que aposta nos garotos, conhece a nossa base e vamos ver se ele aproveita. Não é possível que vamos investir milhões e um treinador chega e vai buscar na base do Cruzeiro, São Paulo e outros times”
Até por essa aposta na base, aposta-se também que a próxima temporada não será de grandes investimentos no Goiás e até mesmo Rafael Moura, atacante que Hailé sonha em trazer outra vez para o clube, pode ficar para depois. É o mesmo caso de Walter, que pediu uma grande valorização financeira, algo que o clube não quis investir pelos problemas apresentados em 2013. Mais uma vez, a sinceridade de Hailé Pinheiro vem a tona para explicar a novela “Walter e o peso”.
“A gente não pode ficar refém de nada. O Walter, nós conhecemos seus problemas e parece que não há uma solução. A gente conhece, o Walter não vai emagrecer e se não emagrecer, é muito difícil jogar bola. Nós tentamos um ano, agora nós vamos ficar a vida toda pensando se o Walter vai jogar? Ele não joga porque tá gordo, vai jogar gordo e machuca, aí tem que esperar melhorar a contusão para voltar e ele pega e engorda mais. É um ciclo vicioso danado”
