Ao contrário do que se esperava, a chegada do Goiás em Buenos Aires foi relativamente tranquila. A torcida do Independiente, adversário da final da Copa Sul-Americana, prometia uma recepção hostil, mas por enquanto a “hinchada roja” ainda não se manifestou. Entretanto, os problemas já começaram.

O reconhecimento do gramado do estádio Libertadores da América, em Avellaneda, estava previsto para o início da noite dessa terça-feira, porém o time argentino marcou um trabalho no mesmo local, e impedeiu com que o Goiás fizesse o trabalho no estádio. O goleiro Harlei viu com naturalidade essa situação, e ressaltou que o time esmeraldino precisa enfrentar essas adversidades.

“Todo esse clima que está sendo colocado, se pode ou não pode treinar, se vai ser no local do jogo, se não vai, isso pra gente interessa pouco. Interessa que amanhã nós vamos estar dentro da arena, 11 contra 11 e aí o coro vai comer”, comentou o camisa um esmeraldino, em entrevista ao repórter da RÁDIO 730, André Rodrigues. Segundo Harlei, em uma decisão com um clube argentino é normal situações como essa ocorrerem.

“Na guerra final, todas essas estratégias, todos esses elementos fazem parte. Você tirar um recurso aqui, ou recurso ali do seu adversário, pra tentar miná-lo. Cada um joga com as armas que tem”, analisou o goleiro. “Aí não tem como você recuar, não tem como você fazer nada que não seja você enfrentrar o seu adversário que não seja enfrentar o seu adversário da melhor forma possível”, complementou.

Harlei garantiu que mesmo com a vantagem conquistada no jogo de ida no Serra Dourada, a equipe alviverde vai buscar a vitória amanhã. “Vai aparecer uma, duas, três oportunidades no jogo pra nós e todos sabemos disso. É você ser efetivo e fazer o gol. Ali atrás a gente vai ter que defender com muita disciplina”, analisou o jogador.

Experiência

O goleiro esmeraldino não acredita que os jogadores mais novos do elenco goiano, como Rafael Tolói, Amaral e Ernando, não irão sentir a pressão em Avellaneda, e que não é preciso “passar experiência” para os jovens.

“Esses jogadores já passaram por todas as provas de fogo que eles já poderiam passar na sua carreira”, afirmou. Harlei ressaltou que, mesmo tendo conquistado vários títulos com o Cruzeiro, inclusive a Libertadores em 1997, a decisão da Copa Sul-Americana será uma emoção única em sau carreira.

“Estou vivendo essa emoção pela primeira vez, então eles (jovens jogadores) estão vivendo junto comigo. A emoção de estar jogando é a primeira vez, disputando uma final internacional jogando é a primeira vez. Você participa jogando, tendo que controlar o seu nervo, tendo que controlar uma equipe é a primeira vez”, declarou.