(Foto: Rubens Salomão / Sagres Online)
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O diretor-geral do Hospital de Campanha para Enfrentamento ao Coronavírus (HCamp) e médico infectologista, Guillermo Sócrates, disse à Sagres 730 nesta quarta-feira (8) que a política do isolamento social é totalmente correta, “uma vez que não se monta estrutura de atendimento de um dia para outro”. Guillermo explicou que o sistema de saúde precisa de tempo para que a operacionalização do sistema seja suficiente para atender as vítimas do novo coronavírus.
O HCamp, está há 12 dias funcionando. Até a noite desta terça-feira (7), passaram pelo Hcamp 140 pacientes. O diretor-geral da unidade destaca que do total, 74% já receberam altas e o número de óbitos chega a nove, sendo que uma das mortes testou negativo para coronavírus e as outras aguardam por exame. “Temos um caso descartado e os demais estão em investigação. Devemos comunicar, assim que o Lacen encaminhar o laudo, se houve ou não óbito por covid-19”, disse Guillermo Sócrates.
O diretor-geral da unidade explicou à Sagres que um hospital de campanha é diferente de um hospital comum, a começar pelas denominação. “O que se lê Unidade de Terapia Intensiva, nós chamamos de Unidades Críticas. As enfermarias, são chamadas de Unidades Semicríticas. Então existe uma diferença em relação à isso”. Guillermo destacou que, como existe apenas dois tipos de leitos, a estrutura foi ampliada e pode chegar até 70 leitos na Unidade Crítica, serão 140 leitos na Unidade Semicrítica. “Essa foi a alteração, as Unidades Críticas receberam uma reforço em sua estrutura de aparelhagem”.
Guillermo Sócrates explicou que o hospital está seguindo a “literatura”, ou seja, 80% dos pacientes que testam positivo para covid-19 tem sintomas leves da doença e poderão ser acompanhados em domicílio fazendo quarentena e o acompanhamento com medicamento sintomático. Em torno de 14% dos pacientes precisarão de cuidados hospitalares. Cerca de 5% são pacientes que podem evoluir para gravidade. “No Hcamp a estatística mostra uma proporcionalidade em relação a isso, quase 75% dos nossos pacientes conseguiram ser encaminhados para casa”, detalhou.
Questionado sobre o enfrentamento ao novo coronavírus, o diretor-geral do HCAMP e médico infectologista apontou que é uma doença nova e que os dados podem mudar rapidamente. “Estamos falando de um doença que tem aproximadamente 120 dias, desde que comeram os primeiros casos de forma oficial na China, e o que percebemos é que o comportamento do vírus se diferenciou em diferentes países”, disse. “Aqui no Brasil, especificamente no nosso hospital, os dados são preliminares, mas percebemos que a faixa etária média é superior a 60 anos, porém temos pacientes de baixa idade”.
A unidade de saúde conta com 406 profissionais: 89 médicos de diversas especialidades como infectologia, radiologia, cardiologia, pneumologia, cirurgia torácica, medicina intensiva, nefrologia e clínico geral. Equipe multiprofissional com 293 funcionários entre fisioterapeutas, enfermeiros, técnicos em enfermagem, odontólogos, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas. A estrutura do Hospital de Campanha para Enfrentamento ao Coronavírus possui um Setor de Imagens com duas tomografias, dois aparelhos de Raio-X portáteis, dois aparelhos de ultrassonografia e ecocardiografia mais laboratório de análises clínicas.
O Guillermo Sócrates alertou que mesmo com as estruturas de hospitais, é preciso ficar atento aos EPI’s. “Temos esses equipamentos mas não podemos relaxar em relação ao quantitativo. Com o aumento da demanda, o consumo de EPI aumenta e não está sendo fácil a reposição desses equipamentos, porque somos dependentes de mercados externos, apesar de políticas nacionais para estimular a produção interna, 95% de tudo que é produzido nesta área vem da China.”
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