Um grupo de 70 empresários se reuniu na manhã desta quinta-feira (25) para debater os desafios de governança e da continuidade de empresas familiares. Em entrevista à Sagres, a CEO da A3 Consultoria, organizadora do evento, Alessandra Luzine, afirmou que “a única condição para pensar na perpetuação dos negócios é incluir a família num diálogo mais profissional”.

Assista à entrevista completa:

Para Luzine é preciso, além de pensar o lugar da família nos negócios, também é necessário refletir sobre como esses negócios podem dialogar com o núcleo familiar. Esta é a maneira, segundo a CEO, de evitar que as empresas acabem durante uma passagem de geração. “Hoje, o que a gente mais percebe, às vezes, é a falta de um olhar pensando a longo prazo. Quando o diálogo não é estabelecido, há uma queda de confiança e fica mais difícil pensar na perpetuação dos negócios”.

Apesar dos alertas, Alessandra destacou que percebe uma busca dos empresários pela profissionalização, com foco em uma atuação competitiva de empresas familiares. “Eles levam um diálogo para entender os valores dessa família e de evoluir com esse patrimônio, de forma consciente, responsável, com práticas que sustentem cada vez mais a perpetuação das empresas”.

Diante da instabilidade econômica enfrentada pelo Brasil há anos, a CEO explicou que o fortalecimento de empresários é essencial para uma economia pujante e que vê um esforço por parte deles para lidarem com esses cenários incertos. “A governança é um diálogo que leva a possibilidade de trabalhar forças e lidar com ameaças que o mercado impõe. São diálogos com entrega de longo prazo, mas com uma reflexão importante para uma atuação de curto prazo, seja na perspectiva econômica, ou na perspectiva política”, disse.

Luzine reforçou o processo de governança, como uma maneira de trabalhar com parcerias e, assim, ter uma blindagem patrimonial nas empresas familiares. “Construir acordos e diálogos com esses núcleos familiares em que as regras possam ficar estabelecidas de forma clara, construtiva e, aí, ter o entendimento de como lidar com temas que às vezes ficam na ordem emocional”, concluiu.

Leia mais: