Goiás é um dos cincos estados brasileiros que apresentam tendência de alta no número de mortes causadas pela Covid-19. Desde o fim da segunda onda, os registros vinham diminuindo no Estado, que chegou a ter média móvel de 40 óbitos, em 13 de julho. Com mais 54 mortes nesta segunda-feira (10), a média móvel ficou 65 óbitos diários. O número de casos também tem crescido. Em 19 de julho, a média móvel estava em 1.634 casos por dia. Após 2.313 novos registros ontem, o Estado chegou a 2.573 de média móvel.

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Em entrevista à Sagres, o médico infectologista Boaventura Braz explicou que as viagens em função das férias, além da falta de ação do poder público diante do aumento podem ser os responsáveis por este aumento.

“Nós estamos assistindo há uns 45 ou 60 dias, os gestores tentando agir como se nada estivesse acontecendo no Estado. Nós vemos os gestores abrindo tudo, quebrando protocolos sanitários e sem estimular a população a usar máscara e evitar aglomerações”.

Ouça a entrevista na íntegra:

O médico relatou que há casos de pessoas que chegam do interior de Goiás e que esse é o principal sinal rem relação a contribuição das férias para a subida de casos. “Houve uma tendência de vários prefeitos do interior, em tentar deixar as coisas mais relaxadas possíveis nessa época”.

A falta de sequenciamento genético preocupa o médico, que afirmou que há o risco da variante Delta, cepa mais transmissível, estar infectando os cidadãos goianienses.

“Nos últimos dias não notamos uma mudança significativa. O que nós temos visto, de mais claro, é que nós temos internado pacientes com uma ou duas doses da vacina, pessoas com mais idade, o que não foi o hábito deste primeiro semestre, quando a gente viu um volume cada vez maior de pessoas na faixa etária dos 30 aos 50 anos. Isso pode alertar para o fato da outra variante esta entrando no nosso meio. Mas, de certa forma, as informações ainda não apontam um grande volume”, detalhou.

Resultado da vacinação

O médico infectologista Boaventura Braz analisou que já é possível ver o resultado da imunização contra a Covid-19. Segundo Boaventura, a vacina protege, de maneira satisfatória, para que as pessoas não contraiam o vírus, além de também evitar mortes e internações.

“Eu, pessoalmente, tive paciente que morreu após tomar as duas doses da vacina, mas, se a gente computar todos os pacientes que adoeceram e que já estavam vacinados, a maioria, pelo menos 95%, conseguiu sair sem precisar ir para uma UTI, por exemplo. A efetividade da vacina é muito satisfatória, independente da vacina”.

Assista a entrevista no Sagres Sinal Aberto: