A seleção feminina da Inglaterra conquistou nesta quinta-feira (6), em Londres, o título da Finalíssima. Venceu o Brasil no confronto que envolve a campeãs europeia e sul-americana. Foi a segunda vez que as mulheres inglesas levantaram um troféu de expressão, já que no ano passado também venceram a Eurocopa. No País que inventou o futebol, onde a modalidade é uma potência e tem o devido reconhecimento do público, comparações já são feitas, pois os homens do selecionado inglês não conquistam algo expressivo há muito tempo.

Na comparação direta, as mulheres inglesas têm dois títulos expressivos. Como já foi dito, a Eurocopa 2022 e a Finalíssima 2023; contra a Copa do Mundo vencida pelos homens em 1966. Pra muitos, seria algo incomparável colocar frente a frente o título mundial dos homens com as conquistas da seleção feminina, no entanto, a caminhada das “Lionesses” só valoriza os feitos recentes, afinal foram proibidas de jogar futebol por 50 anos.

História

Em 1921, as mulheres inglesas jogavam futebol. Aliás, a “seleção não oficial” da Inglaterra, o Dick, Kerr Ladies, era um time feitos por mulheres de uma fábrica, que representava os ingleses em jogos internacionais e vivia um momento histórico com 59 jogos, 58 vitórias, um empate, 393 gols marcados e 16 gols sofridos. No entanto, este foi o período em que a Federação Inglesa de Futebol proibiu o futebol feminino com a versão oficial de que o futebol era ruim para a saúde das mulheres.

Mas ao contrário da versão da Federação Inglesa de Futebol, o motivo era outro. “Com o contexto do retorno à vida dos soldados que voltavam da guerra, os homens ficaram “irritados quando descobrem que a sociedade pode se virar sem eles”, relatou uma reportagem da rádio France Info, às vésperas da estreia inglesa na Copa do Mundo de 2019.

O historiador e escritor Tim Tate, autor do livro Girls with balls, também subiu o tom sobre proibição da prática do futebol pelas mulheres. “O movimento dedicado a excluir as mulheres do futebol na Inglaterra coincide com a tendência de mandá-las para casa. Para serem donas de casa e expulsá-las do mercado de trabalho ao fim da guerra”.

A volta

A volta oficial da seleção inglesa de futebol feminino aconteceu apenas em novembro de 1972. Jogo contra a Escócia, vitória por 3 a 2. Desde então o esporte ganhou espaço. Em 1993, FA – The Football Association – assumiu a gestão da seleção feminina. Já em maio de 2009, os contratos para as jogadoras passaram a existir, o que ajudou para que se concentrarem no treinamento em tempo integral sem ter que encaixá-lo com outro emprego. Em campo, o quarto lugar na Copa de 2019 na França e em seguida o título europeu de 2022, em casa, com Wembley lotado no maior público da história do futebol feminino – 87.192 torcedores – contra Alemanha, confirmaram a plena evolução das mulheres inglesas no futebol.

Copa do Mundo

Atual 4ª colocada no ranking da FIFA, a Inglaterra chega como uma das favoritas na Copa do Mundo da Austrália-Nova Zelândia, que acontece a partir de 20 de julho. Embalada pelo ótimo momento de suas jogadoras, a equipe comandada por Sarina Wiegman está no Grupo D, junto com Haiti, Dinamarca e China.

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