(Foto: Sagres TV)

O polêmico projeto de construção do Parque Sebastião Júlio Aguiar, no Parque Oeste Industrial já foi iniciado pela prefeitura em parcerias com construtoras. Manilhas para fazer a drenagem da área já foram levadas ao local. A unidade ambiental será feita em uma área de brejo. A reportagem da Sagres foi até o local em que o Parque será construído. Entramos no meio da mata, a área é de brejo, basta caminhar um pouco para os pés ficarem embaixo dágua. A preocupação é que a drenagem feita possa prejudicar a área, causando danos ambientais e matando as veredas existentes. O ambientalista, coordenador regional da BR Cidades, Caíque Thomé é contra a construção do lago e propõe alternativas.

“O projeto ainda está em processo de construção, porque é muito grande para ser elaborado em poucos dias, mas o grande diferencial é a base do projeto, que é uma grande passarela orgânica levada sob a vegetação, para afetar o mínimo possível no solo que é muito frágil” pontuou. “Qualquer tipo de intervenção, uma pista concretada em cima do solo, um lago que está sendo proposto pela prefeitura, pode ter consequências gravíssimas e até chegar até a destruição permanente dessa vereda, que é uma das últimas em Goiânia” alertou.

A vereadora Dra Cristina foi uma das parlamentares que se mobilizaram contra a construção do lago no Parque Sebastião Júlio Aguiar. “Somos a favor da construção do parque, porém com a preservação dessa joia, dessa riqueza, que é a natureza que está aqui implantada, que talvez seja o último parque natural de Goiânia” ressaltou.

Diferente do que pensam vereadores e ambientalistas, o morador da região do Parque Oeste, Edinaldo Marques é favorável a construção do parque com o lago. Segundo ele é o sonho dos moradores da região. “A prefeitura deve construir o parque e com lago, é nosso sonho construir um parque com área de lazer, pista de cooper, para a gente curtir”

O advogado ambientalista, Clarismino Júnior, entende que a construção de um lago não prejudicará as veredas existentes. Clarismino já presidiu a Amma.

“A construção de um parque, visualizando a construção de um lago, vai preservar aquela área que é uma vereda muito bonita, para essa e as futuras gerações” afirmou. “As veredas é uma tipo fisionomia do nosso bioma Cerrado, muito bonita por sinal, ela vai ter um limite e o lago não vai atingir a totalidade daquilo, os buritis sobrevivem muito bem em áreas mais rasas de água e sobrevivem muito bem” concluiu.

A polêmica deve continuar, pois o Conselho de Patrimônio Histórico e Ambiental de Goiânia, manteve decisão de acautelamento da área, numa tentativa de impedir a construção do lago artificial. Pela decisão, a obra deve parar imediatamente. Em nota, a Agência Municipal do Meio Ambiente informou que Ainda órgão contou com respaldo técnico para conceder a licença do Parque Municipal Sebastião Julio de Aguiar. Segundo a Amma, a decisão de se criar e construir o parque é decorrente de um acordo de uma ação civil pública promovida pelo Ministério Público.