Deputada federal reeleita pelo PMDB, e uma das figuras mais influentes no partido, Íris de Araújo voltou a criticar a atitude do deputado federal Thiago Peixoto, que assumiu a Secretaria de Educação do governo Marconi Perillo. Segundo ela, a atitude de Peixoto pode ser considerada como infidelidade partidária.

Em entrevista à RÁDIO 730, Dona Íris também comentou sobre a possibilidade de Vanderlan Cardoso se juntar ao PMDB. Confira alguns trechos da entrevista.

Como se pode avaliar a condição do PMDB de ser oposição ao governo Estadual e, ao mesmo tempo, participar da administração com Thiago Peixoto e vários nomes na Secretaria de Educação?

O partido político é instituído para agregar as pessoas que se juntam por um ideal e existem regras para isso. Uma das coisas importantes é a fidelidade partidária. Ninguém é obrigado a ficar no partido indefinidamente, pode permanecer ou pode sair. Eu acho muito estranho que alguém que tenha sido eleito por um partido, usando a sigla, os ideais e as propostas, deixe o partido quase que imediatamente após a eleição para se agregar a outro governo que é pertencente a outra sigla. O que é pior, aquele partido com o qual nós debatemos durante a campanha. Concordo com o fato de o PMDB manter as regras vigentes e defender a fidelidade partidária.

O grande problema do PMDB não é cada um falar por si mesmo e não existir uma posição e uma voz do partido?

A voz partidária diz respeito a aqueles que a representam. Por isso tem que existir disciplina partidária. Tenho batalhado para que o partido tenha um objetivo e pontos em comum a obedecer. Claro que alguns têm opiniões mais flexíveis sobre alguns assuntos e podem expô-las, mas nós devemos ter discussões internas com mais freqüência e levar em consideração que existe um comando partidário e respeitar isso.

Se Thiago Peixoto não for expulso do PMDB, o que deve acontecer com o partido?

O partido continua da mesma forma. Nós estamos prontos para manter o nosso papel de oposição, como foi votado e decidido em reunião da executiva. Acredito que o partido é uma instituição que não vai se abalar por conta da saída deste ou daquele membro. Ele vai continuar firme e forte como sempre foi. Eu acho até que depois deste episódio o PMDB se fortaleceu. Eu tenho conversado com os deputados e a situação tocou nos brios. Não existe democracia sem oposição e não será pela ausência ou pela presença de Thiago Peixoto que o PMDB vai mudar e deixar de ser oposição. Enganam-se aqueles que acreditam esta situação vai abalar o partido, que é forte e resistiu a várias dificuldades ao longo dos anos e vai continuar resistindo.

Deputada Íris Araújo, a senhora aprova ou desaprova a hipotética ida de Vanderlan Cardoso para o PMDB?

Vanderlan Cardoso provou, através de seu trabalho, ser uma pessoa e um político interessante. Claro que o partido gostaria de ter este nome em seus quadros. Eu aprovo e se nós tivermos vozes dissonantes, as posições serão discutidas dentro do partido. Acho que Vanderlan é extremamente qualificado e se ele deseja vir para o PMDB, nós estaremos esperando de braços abertos.