Demonstrações de carinho deram o tom na despedida de Fernandinho, ídolo do Vila Nova, várias vezes campeão na década de 70, que faleceu nesta sexta – feira (5), em Goiânia, aos 70 anos, vítima de câncer. Ex – companheiros de time, como Zé Luiz e Roberto Oliveira, Lincoln, que foi adversário pelo Goiás e companheiro de ataque na seleção goiana, além do seu irmão, Zé Teodoro, um dos grandes laterais direitos do futebol brasileiro, deixaram suas homenagens.
Zé Teodoro, que conversou com o comentarista Charlie Pereira enquanto se deslocava de Americana, no interior de São Paulo, para Goiânia, para os últimos momentos com o irmão Fernandinho, se emocionou ao lembrar daquele que foi seu exemplo de vida.
“Fernando pra mim foi o maior exemplo em todos os sentidos: na honestidade, seriedade, profissionalismo, sem dúvida ele me mostrou o caminho certo. Foi muito importante na minha vida. A família tá muito sentida, porque ninguém esperava. Fez muito pelo futebol goiano, um ídolo no Vila Nova. Exemplo de tudo: homem, caráter, profissional, pai de família. Foi bom filho, bom marido e com certeza terá seu lugar na história, porque fez grandes coisas pelo futebol goiano e o Vila Nova, sua grande paixão”, lembrou.
Zé Luiz (Zé Boquinha)
“A nação colorada perdeu um dos melhores pontas direitas do futebol goiano. Hugo Fernando era meu amigo, éramos vizinhos aqui na Vila nova. No início da minha carreira profissional, me ajudou muito. O que tenho pra falar do Fernandinho é tudo de melhor, porque o conheci antes do seu casamento, conheço sua esposa, toda sua família. Seus filhos são muito educados. Se algum falar algo diferente, do Fernando como pai, marido ou avô, está totalmente equivocado. Hugo Fernando, meu amigo, foi um grande homem e Deus levou uma grande pessoa. O futebol goiano perdeu uma lenda. Meu grande amigo Hugo Fernando”.
Roberto Oliveira
Fernandinho e Roberto Oliveira com a camisa do Vila Nova (Foto: Reprodução/Instagram)
“Tive o prazer de jogar com ele. Quando cheguei no Vila Nova em 77 ele tinha retornado do Santos. Nós fomos campeões juntos em 77, 78 e se não me engano em 79, ele ainda estava fazendo parte do grupo, mesmo com um problema físico que abreviou a carreira dele. Uma pessoa positiva, alegre, sempre sorrindo. Estou aqui com a imagem dele, me arrepiando todo. Lembro do sorriso dele, brincando com a gente. No vestiário, sempre com palavras positivas e boas orientações pra garotada. Lamentável, sabemos que a roda da vida não para. Ídolo é pra eternidade, viveu grandes momentos no Vila, depois saiu, foi pro Santos, atacante de muita qualidade, muito rápido, que fazia a diferença mesmo”.
Lincoln (Leão da Serra)
“O tive como adversário, mas éramos amigos. Desde que cheguei para o Vila nova em 1969 e treinava na Vila Operária, o Fernandinho veio de Anápolis para um teste, arrebentou, mas não ficou e voltou para Anápolis. Alguns anos depois veio para o Vila, como adversário, mas nossa convivência aumentou nos preparativos para o jogo da seleção goiana contra Portugal na abertura do Serra Dourada em 1975. Ficamos muito tempo juntos e fora de campo, mantínhamos uma relação muito boa. Foi um dos maiores ídolos que o Vila nova teve. Quando havia ponta direita no futebol, sempre foi um dos melhores, tanto que foi pro Santos com o Pelé. A carreira dele foi gloriosa e a família pode ficar orgulhosa. Como adversário foi um dos mais leais e nem sei porque foi expulso naquela decisão de 73”.