A reforma da previdência apresentada pelo governo federal na última semana trouxe preocupação para a muitos trabalhadores que agora terão que contribuir por mais tempo para conseguirem se aposentar com o teto do INSS. O projeto prevê que servidores só poderão se aposentar com 65 anos e receber o benefício de forma integral após 49 anos de contribuição.

O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência (Anfip), Vilson Antônio Romero, ressalta que o parâmetro utilizado pelo governo para a aposentadoria do brasileiro é inviável.

“Isso é um absurdo! O governo anuncia 65 anos tendo como parâmetro a comunidade europeia, onde estão países escandinavos que possuem índice de desenvolvimento humano (IDH) muito maior que o do Brasil com uma estrutura que beneficia o cidadão como um todo dando assistência, infraestrutura, Saúde, Educação. No Brasil ainda estamos eternamente em vias de desenvolvimento”, avalia.

O governo chegou a anunciar que o rombo previdenciário gera em torno de R$ 1,5 mil por contribuinte. Romero contesta a existência do rombo.

“Na previdência se faz esmola com chapéu alheio. Apanha recursos que é dinheirinho sagrado do pagamento dos aposentados e se incentiva setores da Economia. Ou seja, são setores que pagam menos, de forma diferenciada, ou estão isentos da contribuição patronal previdenciária. Só em 2016 esse conjunto de setores econômicos deixou de recolher ao INSS R$ 70 bilhões. Isso é dinheiro de aposentado. Como pode um setor deficitário com rombo fazer esse tipo de benesse?”, questiona.

De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência, nove propostas foram apresentadas ao governo. Uma delas visa a revisar ou terminar com as desonerações das contribuições sobre a folha. Vilson Antônio destaca também que essa situação proporciona o aumento do desemprego durante o período da crise.

“Quando veio a crise, no início de 2014 em especial, os primeiros setores a desempregar foram têxtil, calçadista. Então, obviamente é preciso revisar a desoneração, reonerar as empresas ou exigir que elas mantenham os empregos”, pontua. 

Segundo o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o projeto de reforma da Previdência Social deve votada somente no início de 2017.

Com informações da repórter Bruna Moreira