Foto: Rubens Salomão/Sagres On

O governador Ronaldo Caiado (DEM) voltou a criticar a qualidade do serviço prestado pela Enel, fornecedora de energia elétrica em Goiás. O democrata disse que tomará medidas mais enérgicas contra a companhia. 

“Já chega! Esgotou todo e qualquer tipo de negociação do Estado com a Enel! Levei a situação ao presidente Jair Bolsonaro e podem ter certeza que vamos enfrentar esse problema de frente! Nós estamos aqui é para defender o Estado de Goiás!”, afirmou o governador pelas redes sociais nesta sexta-feira (15). 

Caiado afirma que toda a população sofre com o tipo de serviço que vem sendo prestado pela companhia. “É o produtor rural, o cidadão urbano, empresas pequenas, de médio e grande porte. Todo mundo está sofrendo duramente”, lembrou o governador. “A falta de energia é generalizada. Todo mundo está jogando mercadoria fora”, completou. 

Até outubro deste ano, o Procon Goiás registrou aumento de quase 50% no número de reclamações contra a empresa. Caiado diz que levará a situação ao conhecimento do presidente da República Jair Bolsonaro. 

“Já esgotou todo e qualquer tipo de negociação do Estado com a Enel. Não tem mais como mantermos essa situação. Eles assinaram um documento conosco, com a presença do ministro [de Minas e Energia, Bento Albuquerque], e do presidente da Câmara, [Rodrigo Maia]. Todos os diretores de alto escalão da América Latina falando pela empresa e depois nada acontece. O processo agravou ainda mais do que era”, afirma. 

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<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>A falta de energia em Goiás é generalizada! Aneel exigiu que a Enel melhorasse, mas a situação piorou. Chega! Esgotada toda e qualquer negociação com a Enel! Levei a situação a <a href=”https://twitter.com/jairbolsonaro?ref_src=twsrc%5Etfw”>@jairbolsonaro</a>. Podem ter certeza: enfrentaremos o problema de frente! Estamos aqui para defender Goiás <a href=”https://t.co/nzpk22MHm9″>pic.twitter.com/nzpk22MHm9</a></p>&mdash; Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) <a href=”https://twitter.com/ronaldocaiado/status/1195123375976439811?ref_src=twsrc%5Etfw”>November 14, 2019</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
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O governador se refere ao plano de investimento e acordo que foi assinado em agosto deste ano, em que Enel se comprometeu a ampliar a capacidade da rede e distribuição de energia. Uma das principais ações da Enel, de curto prazo, previa a liberação de carga e possibilidade de novas ligações sem a troca de transformadores. Além disso, o documento estabeleceu a construção e ampliação de várias subestações de energia por todo o Estado. Mas, até agora o que se vê são reclamações de todos os lados. A falta de energia em alguns casos ultrapassa o prazo de uma semana, provocado prejuízo para produtores, consumidores em geral e empresários. 

Vacinação 

O democrata ressaltou o risco de possíveis problemas com relação à vacinação de bovinos no estado, já que as doses dependem de energia elétrica para se manterem armazenadas na temperatura ideal. 

“Veja bem o risco que corremos, a maneira irresponsável com que a energia elétrica está sendo tratada. Nós vamos enfrentar esse problema de frente. Vocês podem ter certeza: nós estamos aqui é para defender o Estado de Goiás”, sublinhou Ronaldo Caiado. 

Assembleia Legislativa 

As queixas da Enel também vêm de representantes na Assembleia Legislativa, onde a companhia é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). 

O deputado Amauri Ribeiro disse que produtores rurais de Piracanjuba, Caçu e Palminópolis, sem energia, estão tendo prejuízos. “Tem gente que chega a ficar 11 dias sem energia. São perdas diversas na produção de carnes, verduras, leites e outros produtos apodrecendo. Empresários e produtores rurais querem investir, gerar emprego e renda, mas não recebem a energia elétrica”, afirmou.

Alysson Lima (PRB) disse que a “Enel é um câncer que tem que ser extirpado de Goiás. Chegamos ao ponto que não dá mais para conversar”. O parlamentar afirmou que representantes da empresa tentaram se reunir a portas fechadas na Alego, mas ele não recebeu ninguém. “A Enel vai perder espaço em Goiás”, prevê.

Humberto Aidar (MDB) comparou a atuação da Enel em Goiás como um matrimônio malsucedido. “É um casamento que já se tentou de tudo, mas não dá certo. Não vejo outro caminho a não ser a intervenção. Romper esse contrato e buscar outra companhia”, afirmou o deputado, ressaltando que a empresa não cumpre o contratado e não tem seriedade.

O parlamentar Henrique Arantes (MDB) disse que a Enel cobra taxas abusivas e prejudica os produtores rurais. Ele também criticou o programa Luz Solidária, da empresa, que permite aos interessados trocar equipamentos antigos por modelos novos, com o objetivo de economizar energia elétrica. “Eles inflacionam o preço do novo, então, no fim, não tem economia nenhuma. O que a Enel faz é uma fraude com o consumidor goiano, ela vende tudo pela metade do dobro”, destacou.

Enel 

A italiana Enel assumiu o fornecimento de energia elétrica em Goiás em 2017, após a compra da Celg. A companhia diz que o estado vinha sofrendo há décadas com investimentos abaixo do necessário para a prestação do serviço. 

“Desde então, investiu 3,5 vezes mais do que a média anual do período em que a empresa era estatal. Somente em 2017 e 2018, a companhia recebeu investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão. A companhia apresentou no fim de agosto, ao governo estadual, Aneel e Ministério de Minas e Energia uma proposta para acelerar ainda mais os investimentos em Goiás”, afirma a Enel Goiás.