O rebaixamento do Vila Nova para Divisão de Acesso do Campeonato Goiano segue repercutindo dentro e fora dos gramados. Com a crise instaurada, os diretores e cartolas colorados se tornaram os grandes alvos da torcida colorada, inconformada com a má fase do time. No último domingo (16), quando foi confirmada a queda do Tigrão, o estádio Onésio Brasileiro Alvarenga imediatamente foi tomado por um grupo de torcedores, que picharam os muros das dependências do clube e gritaram em protesto.
Mas, as manifestações foram além e acabaram por chegar diretamente a alguns comandantes do time. Esse foi o caso do presidente executivo do Vila Nova, Joas Abrantes. O cartola revela que um grupo de torcedores se reuniram na rua de sua casa, com bombas e foguetes nas mãos: “Eram vândalos disfarçados de torcedores, que chegaram à minha casa, picharam os muros e arremessaram bombas e foguetes para dentro. Uma delas atingiu o quarto de um vizinho e por sorte não aconteceu uma tragédia”, revela o presidente.
De acordo com o presidente, o ato aconteceu durante a madrugada. “Eles agiram na calada da noite, porque não são homens o suficiente para nos procurar frente a frente para uma conversa. Esses elementos que agem assim são bandidos, e o pior de tudo é que não podemos nem conseguimos identificar quem são, porque agem de maneira escondida. Mas eu vou abrir um termo de ocorrência na Polícia para procurar os responsáveis por esses atos. Garanto que vão responder pelo que fizeram”.
O comandante colorado ainda revelou que o acontecido pode fazê-lo repensar se vale a pena continuar na presidência do clube. “Tudo que estou fazendo é para o bem do Vila Nova, houveram alguns percalços, é verdade, mas não posso colocar em risco a minha segurança e da minha família por causa disso. Nós reconhecemos nosso erro com hombridade e vamos trabalhar para tirar o Vila dessa situação, agora, trabalhar sob ameaças físicas e psicológicas é algum complicado, não poderia existir esse tipo de coisa”, analisa.
O cartola ressalta que a pressão para renunciar ao cargo também parte de sua família, assustada com o que aconteceu. “O incidente assustou muito a minha família, e por conta disso, a pressão para que eu deixe o clube é muito forte, principalmente por parte da minha esposa. Nós somos pessoas civilizadas, conhecidas por todos os vizinhos, não somos obrigados a passar por uma barbárie dessa. Por isso, estou pensando seriamente em deixar o cargo de presidente. Quando entrei nisso, meus amigos falaram que eu não devia entrar, porque futebol não é coisa de gente séria. Infelizmente estou comprovando isso”, declara Joás.