As medalhas de Kelvin Hoefler e Rayssa Leal, nas Olimpíadas de Tóquio tem inspirado os skatistas do Brasil. A “Fadinha”, como é conhecida, tornou-se a brasileira mais jovem a receber uma medalha em 85 anos de competição e virou febre entre os torcedores. Mas uma goiana em especial, vibrou muito com a conquista da skatista brasileira.  

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Laura Rezende, de 17 anos, começou a andar de skate em 2012 e hoje é a skatista goiana com mais destaque no cenário nacional. Aos risos, a jovem conta que já perdeu as contas de quantos campeonatos disputou.

A skatista participou dos circuitos goianos nos anos de 2017/2018/2019, de Campeonatos Brasileiros, do Oi STU Qualifying Series e do STU National. Os dois últimos são do circuito brasileiro de Skate Street Profissional, onde competiu com a medalhista olímpica, Rayssa Leal.

A vaga no Oi STU Qualifying Series, competição nacional que serviu como seletiva para as Olimpíadas de Tóquio, veio através do 4° lugar conquistado no Campeonato Brasileiro Amador. Laura Rezende é tricampeã goiana de Skate Street e no Oi STU foi a única menina a representar a região Centro-Oeste do país. O Circuito Goiano é único da região e atrai vários skatistas de outros estados, o torneio vale vaga no campeonato nacional amador.

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A goiana destaca a importância de ver atletas brasileiros ganhando medalhas nas Olimpíadas. “O skate que era e ainda é marginalizado, foi visto com outros olhos, o Brasil inteiro estava torcendo e vendo o quão ‘massa’ é o skate. Estou muito feliz com toda essa repercussão, espero que não seja apenas momentâneo e que tenhamos mais e mais visibilidade e suporte para que mais Rayssas e Kelvins sejam descobertos nesse Brasil”, declara.

Laura Rezende (Foto: Reprodução/Instagram/Associação Goiana de Skateboarding)

A goiana conta que todas as atletas presentes em Tóquio são uma inspiração para ela. “Cada uma com seu estilo e manobras únicas representando seu país em um evento tão grande, foi lindo de se ver!”

Influenciada pelos pais, a ex-skatista Patrícia Rezende e o skatista Eliaber Dias, presidente e vice-presidente da Associação Goiana de Skateboarding (AGSK8), que luta pela profissionalização do esporte no estado. Goiás não possui uma Federação Goiana de Skate, mas segundo Eliaber Dias, o projeto deve sair do papel ainda este ano.

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Se destacando no skate nacional, Laura Rezende sonha em seguir carreira no esporte. “Pretendo continuar andando de skate por muito tempo, me divertindo nas sessões com meus amigos, gravando vídeo parts, conseguindo novos patrocínios e suporte e, também me tornar skatista profissional”, ressalta.

Preconceito

Segundo dados do Target Group Index, 44% dos praticantes de skate têm entre 12 e 19 anos e 26% deles são mulheres. Jovem e mulher, Laura Rezende revela que já foi vítima de preconceito por ser skatista.

“Ainda existe muito preconceito das pessoas e até mesmo de alguns skatistas, que ainda insistem em acreditar que o skate é só para os garotos. Mas sim, nós podemos e vamos continuar andando de skate e nos divertindo. Muitas das vezes a galera acha que quem pratica a modalidade é uma pessoa sem futuro, que não trabalha, que não estuda, mas não, no skate existem vários estudantes e trabalhadores. Um exemplo que achei lindo de ver no skate feminino nas Olimpíadas, foi o comentarista falando sobre a francesa que é doutora em neurociências, eu achei o máximo saber disso”, relembra.