Kleber subiu com o Goiás em 1994 e defendeu o clube em mais de 400 jogos (Foto: Goiás EC)

O futuro do Goiás passa pelas próximas duas rodadas da Série B. Caso conquiste o retorno à elite do futebol nacional, o clube esmeraldino receberá um forte investimento financeiro, com um orçamento que superaria os R$ 70 milhões. Porém, em caso de insucesso, o valor despenca para 25% do atual montante. A situação lembra 1994, quando o clube conquistou o primeiro acesso, ano que é tratado como divisor de águas pelo ex-goleiro Kléber, titular e vice-campeão brasileiro com a equipe naquela edição

Em entrevista à Sagres 730, Kléber relembrou as dificuldades daquele período, com problemas administrativos e financeiros que forçaram o clube a apostar nas categorias de base, com vários jogadores que se destacaram, como o próprio goleiro, Reidner, Dill, Márcio Goiano, Richard, Walace e Marcelo.

Além disso, Kléber também relembrou que por conta do vice-brasileiro de 1994, o Goiás conseguiu ingressar no Clube dos 13, grupo extinto em 2011, mas que ditou os rumos do futebol brasileiro por duas décadas, com a negociação dos direitos de transmissão.

“O ano de 1994 é um divisor de águas para o Goiás. O Goiás vinha numa situação, em 1992 e 1993, com muitas dificuldades financeiras. Em 1993, foram mais de 70 contratações, muitos técnicos. Tinha uma indefinição e uma desorganização enorme por falta de dinheiro. Vivemos isso. Virou 1994, diretoria colocou o pé no chão, começou a valorizar a base e colocou os pratas da casa pra jogar. Não era porque queria, mas porque o Goiás não tinha outra solução a não ser colocar a garotada. Sorte que tínhamos três gerações, e eu tenho de agradecer o trabalho do Matinha e do Triel, com Richard, Walace, em 1969, depois o Márcio e o Tulio, em 1970, eu e o Marcelo, depois o Reidner. Essas quatro gerações se juntaram com a chegada do Zé Teodoro e do Baltazar. Essa junção fez com que o Goiás fosse tão vitorioso. Se o Goiás não conquistasse o acesso, quando era a formação do clube dos 13, seria ruim. Isso mudou a vida do clube. Várias pessoas analisam assim que 1994 foi um divisor de águas para que o Goiás tivesse essa grandeza atual”, analisou o ex-goleiro

Apesar de ser um grupo jovem, o elenco tinha dois atletas bem experientes: lateral Zé Teodoro e o centroavante Baltazar. Para Kléber, falta ao atual elenco esmeraldino alguém com o perfil de liderança, como a dupla no passado

“Eu vejo que esse grupo abaixa a cabeça quando erra. Não tem de ter esse peso. Futebol tem erros e acertos. Liderança define muito dentro de campo. Esses líderes precisam aparecer e ajudar quem não está tão focado ou equilibrado. O erro não é o momento para cobrar. Goiás precisa ter equilíbrio e foco para neutralizar os pontos fortes do adversário”, explicou.

Sobre as críticas que o clube tem enfrentado nesta reta final, Kléber acredita que o momento é do grupo assumir a responsabilidade. Além da possibilidade de uma renovação contratual, a conquista pode abrir novos mercados para o elenco.

“Esse momento é dos jogadores. O que tinha de ser feito, já foi feito. Agora o grupo tem de ter consciência do poder da Série A. Isso fica marcado na carreira de cada atleta. Quando alguém busca jogador da Série B, todos olham quem têm experiência em acesso. Quem consegue isso, tem mercado fixo. O grupo precisa ter essa consciência.

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