O ano de 2013 se encerra hoje na cidade e o fato é que os deputados não aprovaram nada realmente significativo para a população. Ao encerrar os trabalhos do Legislativo, o presidente Helder Valin (PSDB) fez um balanço das votações: 112 processos de deputados, 90 da governadoria, um do Tribunal de Contas do Estado, um do Tribunal de Contas dos Municípios. Pouco mais de 200 projetos em um ano.

A baixa produtividade da Assembleia Legislativa de Goiás já foi tema de reportagem na Rádio 730 e no Portal 730. Em um balanço feito ainda no primeiro semestre, foi constatado que, em um ano, 76,9% dos projetos aprovados eram de autoria do Executivo. Os deputados só conseguiram aprovar nesse mesmo período matérias que davam título de utilidade pública ou título para cidadãos e mudança de nome de rodovias estaduais.

A reportagem da Rádio 730 chegou a acompanhar algumas votações na Comissão de Constituição, Justiça e Redação e, de 32 projetos dos parlamentares apresentados, sete tornavam de utilidade pública instituições filantrópicas, igrejas evangélicas e associações de moradores ou de trabalhadores; quatro concediam título de cidadão goiano e cinco instituíam dia ou semana estadual.

A fraca atuação dos deputados demonstra a verdadeira função do Legislativo goiano – ser uma extensão do Executivo. A Casa, que deveria ser do povo, é a menos transparente dos três poderes e lança mão de uma decisão judicial para esconder o que a lei manda divulgar: o salário dos servidores.

Com recebimentos que ultrapassam os R$ 40 mil mensais, considerando salário e demais penduricalhos, os deputados se preocupam mais com o jogo político que com o processo legislativo. Os pró-governo se preocupam em aprovar as matérias do Executivo e defender os governantes, enquanto os parlamentares de oposição se limitam a atacar o governador e fazer manobras para dificultar a aprovação dos projetos do Palácio das Esmeraldas.

A tribuna se transformou em arena de digladiadores, onde o que se vê são parlamentares se ocupando com a atuação do executivo e se esquecendo de criar leis que possibilitem que o Estado se desenvolva dentro de um modelo sustentável e com justiça social.

As promessas de campanha ficaram nos santinhos distribuídos no período eleitoral e o objetivo de cada um passou a ser a reeleição de 2014, quando, novamente, vão se comprometer com o cidadão, para depois lhe virar as costas para se voltar para seus apadrinhados e seus próprios interesses particulares e partidários. O balanço de 2013 do Legislativo deixa clara a falta de compromisso dos deputados com quem lhes garantiu uma cadeira no Parlamento.