Com o fim da sofrível temporada de 2014 se aproximando, o clima de reorganização e planejamento para o ano que vem começa a invadir o Vila Nova. O primeiro assunto a ser discutido e avaliado é a permanência ou não do atual grupo gestor do clube, que vem sofrendo grande pressão interna do Conselho Deliberativo pelo péssimo rendimento colorado nos campeonatos disputados no ano (rebaixamento no Goianão e provavelmente na Série B).

Para falar sobre o assunto, o repórter Vinícius Tondolo, da Rádio 730, fez uma longa entrevista com Leonardo Rizzo, homem forte no Tigrão e hoje diretor de patrimônios do clube. Na sua primeira análise, o diretor analisa o grande erro do Vila em 2014: “Estamos pecando pela improvisação, ficar tapando buraco, não dá mais para insistir nesse modelo. Precisamos de montar um time com identidade, manter uma base e dar cara à ela. Acho que o caminho para conseguir vitórias e cumprir nossos calendários de competições com competência é esse”.

Admitindo as falhas no planejamento, Rizzo rechaça renunciar ao cargo que assume e garante muito trabalho para valorizar os patrimônios do Vila. “Eu vou ficar até o fim do meu mandato. Fui eleito como diretor de patrimônio e vou honrar esse compromisso até o final. Aliás, pretendo até ficar mais tempo. É uma área muito carente hoje, talvez a área que mais necessite de investimentos dentro do clube. Precisamos ter condições dignas de abrigar nossas categorias, tanto a profissional como as de base”.

Futebol

Se por um lado, o trabalho de Zé Eduardo Catral à frente do futebol vem sendo muito contestado pela torcida e também pela imprensa, por outro, ele parece ter apoio interno: “O que o Zé Eduardo está passando à frente do futebol é o que Barros (Carlos Alberto) já sofreu, o Sizenando (Ferro) também. Ninguém consegue carregar o clube sozinho, é necessária uma participação maior no futebol. É preciso aumentar as pessoas que contribuem financeiramente e planejar bem a temporada. Só assim para ser um time vencedor e grande”, explica o diretor.   

Diante disso, ele pede a permanência de Zé Eduardo: “Se eu fosse ele, ficaria. Porque está sendo iniciado um trabalho e estamos tendo frutos. Ninguém vê, mas hoje o Vila Nova tem total conhecimento de todo seu passivo, que gira em torno de 13, 14 milhões de reais. Até o ano passado ninguém tinha noção de quanto era essa dívida. Seria interessante todos nós (demais diretores) darem apoio para ele permanecer. Ele está saneando os problemas e à partir disso podemos desenvolver. É assim que funciona nas empresas”.

Estrutura

Sobre o seu trabalho, Leonardo Rizzo se defende e avisa que está trabalhando para levantar algumas obras importantes no CT do Tigrão: “Se você for no CT, aparentemente não dá para ver obra nenhuma. Mas, nós não tínhamos nenhum projeto em andamento. Como aprovar uma obra sem antes um projeto? Estamos trabalhando para fazer esse projeto, pensando em uma lanchonete própria, reforçar as áreas do campo, além de correr para conseguir as licenças todas. Isso dá um trabalho monstruoso. É preciso planejar primeiro e depois implantar”.

Mantendo uma linha de raciocínio, Rizzo elege o patrimônio como a parte mais importante do Vila e pede cuidado especial com esse departamento: “Na minha visão, todo o investimento que puder ser feito no Vila Nova, tem que priorizar o patrimônio, porque é somente isso que podemos deixar para as próximas gerações. Um clube estruturado, com condições de ser tocado à diante em busca de vitórias e sucessos. É por isso que assumi a diretoria de patrimônios e por isso que continuo defendendo a permanência de todo esse pessoal, porque eles investem nesse ponto”.