No futebol goiano, quando o assunto é dirigente de futebol, o nome de Adson Batista é consenso quando o assunto é competência. E isso é comprovado não por pessoas, mas sim por números. Adson é diretor de futebol do Atlético há nove anos e desde quando chegou, em 2006, conquistou títulos importantes e levou o Atlético a sorrir, algo que não acontecia a anos.

Depois de tanto tempo, o desgaste existe, até pelo profissionalismo do dirigente. Em entrevista exclusiva ao repórter Rômulo César, da Rádio 730, direto de Curitiba, onde o Atlético encara o Paraná nesta terça-feira, o dirigente reconhece que tem alguns inimigos no dia a dia do clube, mas que isso só foi “conquistado” devido a arte de sempre querer o melhor para o clube.

“Eu não sou unanimidade nem no Atlético, porque tem muita gente lá que não gosta de mim. Tem gente que adora a bagunça, desorganização e eu sou um cara extremamente perfeccionista, e isso às vezes incomoda, você arruma inimigos. Tem gente que gosta é da farofa, da bagunça, de chegar e entrar no vestiário, entrar no quarto de jogador, que gosta de fazer do futebol uma verdadeira zona, todo lugar tem isso, mas é preciso ter organização e profissionalismo”

Nove anos de trabalho renderam quatro títulos goianos, um título brasileiro da Série C e um acesso para a Série A em 2009, algo que era impossível de se pensar para um clube que chegou a fechar as portas em 2001. Depois de tanto tempo, Adson criou uma relação quase familiar com o clube, mas diz que é um profissional e que não hesitaria em trabalhar em outro clube, até mesmo um rival como Goiás ou Vila Nova.

“Eu tenho identificação muito grande com o Atlético, tenho uma história, o Atlético foi muito importante pra mim e eu também fui muito importante pro clube, eu sei disso. Mas, eu tenho que pensar na minha vida, tenho que avaliar várias coisas, em alguns momentos nós temos que pensar nisso. Nunca fui contatado por ninguém, não me procuraram, é um momento de pensar exclusivamente no Atlético”

Confira outros trechos da entrevista de Adson:

Resultados incríveis

“O Atlético, pelo que ele fez nesse ano, está no lucro extremo. Se a gente conseguir, com Deus iluminando, esse grupo fantástico e a comissão técnica muito profissional que tem me ajudado a superar as adversidades, que são muitas, pode ter certeza que vai ser um acontecimento grandioso. Talvez seja até o que eu vou dar mais valor, porque nós não tivemos condições nenhuma de fazer um trabalho pra buscar o acesso em termos financeiros, de organização”

Ciúme de homem?

“Isso é normal, o importante é que eu não me abalo com essas coisas. Ninguém vai me diminuir com essas coisas, eu sou uma pessoa que tenho opinião própria. Uma coisa boa no Atlético é que eu tenho liberdade para trabalhar, isso é muito importante porque se você virar vaquinha de presépio, não faz trabalho nenhum e vai ser o primeiro a ser pregado na cruz. Esse negocio de gente que não vai com meu jeito é normal, mas não dão conta de entrar lá e fazer alguma coisa”

Recado dirigido

“Nós todos do Atlético temos que fazer uma reflexão profunda porque futebol não é mais aquele negócio de ‘lazer no fim de semana’. Se você assume alguma coisa, você precisa desempenhar e ser profissional, não é ser profissional em si da bola, mas sim ser efetivo. Hoje não dá mais para fazer futebol como era feito antigamente”

Hombridade

“Nós não estamos pagando prêmio, ainda mais salário, algo que é fundamental para o ser humano, e estamos conseguindo ter um grupo que não se contamina por isso, o quanto é difícil isso no futebol. Tem que valorizar esse grupo, tem que respeitá-los, esses caras tem que sair daqui recebendo tudo certinho para não ter que entrar na Justiça. É engraçado, às vezes as pessoas julgam o jogador, é malandro, isso e aquilo, mas tem o olhar o outro lado, então dirigente é malandro? Não pode ser assim”