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A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou nesta quarta-feira (16) que 30 líderes do mundo corporativo trabalharão juntos pelos próximos dois anos. O objetivo deste trabalho em equipe é obter trilhões de dólares em recursos do setor privado para financiar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A convocação foi feita pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. A aliança dos investidores para o Desenvolvimento Sustentável é co-presidida pelo CEO da Allianz, Oliver Bäte, e pela CEO da Bolsa de Valores de Joanesburgo, Leila Fourie, que inclui dirigentes de Bank of America, Citigroup, Investec, Santander, UBS e outras corporações internacionais, como a brasileira Sul América.

Segundo António Guterres existe uma devastação provocada por conflitos e desastres e o rápido aquecimento da Terra. Por isso, esses líderes compreendem um senso de urgência, e que o trabalho deve “correr, não engatinhar”. Ainda segundo Guterres, esses líderes estão comprometidos a cooperar entre fronteiras, setores financeiros e até com seus competidores para investir em desenvolvimento sustentável para todas as pessoas.

O Diálogo de Alto Nível sobre Financiamento para o Desenvolvimento, que ocorreu durante a última Assembleia Geral da ONU, despertou atenção para a necessidade urgente de aumentar os investimentos governamentais em setores cruciais como saúde, educação, infraestrutura e mudanças climáticas. A maior parte dos países desenvolvidos não cumpriu seus compromissos com ajuda ao desenvolvimento, enquanto fatores como pobreza, corrupção e evasão fiscal limitam os recursos domésticos nos países em desenvolvimento.

As necessidades de financiamento para o desenvolvimento são estimadas em trilhões de dólares ao ano e, mesmo que os recursos de todas as fontes públicas sejam maximizados, ainda haverá um déficit significativo, tornando o financiamento do setor privado imperativo.

O representante da Allianz SE na reunião, Oliver Bäte, defende que “investir no desenvolvimento estável de sociedades do mundo não é apenas a coisa certa a fazer, é também uma oportunidade econômica”.

Pesquisas da ONU sugerem que não há escassez de recursos no setor privado, que poderiam ser investidos em desenvolvimento sustentável. No entanto, uma combinação de fatores, incluindo o ambiente político, estruturas de incentivo e condições institucionais, tendem a desencorajar o tipo de comprometimento de longo prazo necessário.

A Aliança pretende usar seu conhecimento, influência e perspicácia empresarial para descobrir maneiras de estimular investimento de longo prazo no desenvolvimento e aumentar o progresso para alcançar os ODS. Nos próximos dois anos, o grupo entregará soluções para destravar financiamento e investimento de longo prazo em desenvolvimento sustentável nas empresas e em outros níveis mais amplos, mobilizar recursos adicionais para países e setores mais necessitados, encontrar meios de aumentar o impacto positivo das atividades empresariais e alinhar práticas empresariais com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

O movimento surge em meio ao crescente reconhecimento no mundo corporativo de que o sucesso continuado das empresas está intrinsecamente ligado ao futuro sustentável para o mundo. O secretário-geral da ONU estabeleceu um cronograma factível de resultados para o período de duração da Aliança, que trabalhará em coordenação com o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU.

*Com informações da assessoria da ONU.