Revelações inéditas. Este poderia ser o resumo do livro “A Construção – Cimento, Ciúme e Caos nos Primeiros Anos de Goiânia”, que o jornalista Iúri Rincon Godinho lança na próxima quinta-feira (17), apenas para convidados.

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Com prefácio do prefeito Paulo Garcia, a obra é focada na construção das primeiras ruas e edifícios, e no modo com as pessoas viviam no canteiro de obras instalado no núcleo inicial, às margens da estrada que ligava Leopoldo de Bulhões (a estação ferroviária) a Anápolis, e que em 2013 é a Avenida Anhanguera.

Com mais de 400 páginas, 200 fotos e capa dura, a obra vai de 1932, quando o interventor Pedro Ludovico começa a falar com mais ênfase sobre uma nova capital, até 5 de julho de 1942, data do Batismo Cultural, a inauguração oficial da cidade.

Pesquisando nas correspondências de Pedro Ludovico e na biblioteca do primeiro prefeito de Goiânia, Venerando de Freitas Borges, o autor descobriu uma carta do prefeito de Goiandira que prova que Ludovico já se decidira por Campinas para a construção da nova capital antes que a comissão que escolheu o local fosse sequer criada.

O jornalista também desfaz o mito de que nos primeiros anos havia uma fraternidade entre operários, políticos e autoridades no esforço para fazer a cidade dar certo. Também conta que muitas pessoas pensavam que o município se chamaria Petrônia, já que foi este o nome que ganhou o concurso que escolheu o nome da futura capital — Pedro Ludovico ignorou o resultado e colocou Goiânia.

“O Estado não tinha dinheiro para a construção e ela foi feita sem planejamento a longo prazo, com os problemas sendo resolvidos na medida em que apareciam”, conta Iúri.

O autor também narra em detalhe a briga entre os arquitetos e engenheiros que fizeram os primeiros traçados, revelando como as visões arquitetônicas se chocaram e interferiram para sempre no visual da capital. “Na verdade são duas Goiânias que não dialogam entre si: uma que vai da Avenida Paranaíba até a Praça Cívica e outra completamente diferente do Palácio das Esmeraldas até a Praça do Cruzeiro.”

 

Algumas revelações do livro

Goiânia era um lugar em que os primeiros operários viviam em condições precárias, em um ambiente inóspito, perigoso e sem higiene. No projeto inicial da cidade eles forma ignorados. Não recebiam em dia e faziam horas-extras não remuneradas, o que levava a muitas greves.

Uma carta do prefeito de Goiandira prova que Pedro Ludovico já se decidira por Campinas como local para a construção da nova capital antes que a comissão que escolheu o local fosse sequer criada.

Ninguém pode dizer com certeza onde está a pedra fundamental de Goiânia. É improvável que esteja abaixo do elevador do Palácio das Esmeraldas, pois o governo aprovara apenas o projeto do palácio. Nenhuma construção importante começara até o dia do lançamento da pedra fundamental, nenhuma rua fora aberta e não há um depoimento de que este prédio estivesse ao menos riscado no chão.

Durante mais de um ano, Goiânia se chamou Petrônia, que venceu o concurso para dar nome à cidade. Pedro Ludovico ignorou o resultado, já que Goiânia foi um dos nomes menos votados.

Uma briga entre os arquitetos e engenheiros mudou o traçado de Goiânia e fez surgir uma cidade dentro da outra.

Venerando de Freitas Borges, o primeiro prefeito, não foi o primeiro convidado para dirigir o município.

O Lago das Rosas não era um lago. Foi criado para ser uma piscina pública, tinha uma praia artificial e foi uma forma do governo justificar perante a população a criação do então suntuoso Automóvel Clube (em 2013 Jóquei Clube). Enquanto o Lago era o clube dos pobres, o Automóvel Clube era o clube dos ricos.

Serviço:
Lançamento do livro A Construção – Cimento, Ciúme e Caos nos Primeiros Anos de Goiânia
Autor: Iúri Rincon Godinho
Data: 17 de outubro de 2013
Local: Residencial Atmosfere Front Park (Rua T-71, Setor Bueno)
Preço: gratuito no lançamento apenas para convidados, R$ 60 reais no site www.contatocomunicacao.com.br