MÔNICA BERGAMO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em conversa com a presidente do Instituto Igarapé, Ilona Szabó, que o enfrentamento a crimes ambientais na Amazônia e o aprimoramento da segurança pública na região estão entre as prioridades do governo eleito.
O diálogo entre os dois ocorreu em Sharm el-Sheikh, no Egito, onde é realizada a COP27, conferência do clima da ONU. A ponte entre eles foi feita pela ex-ministra e deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP). “Ele disse com todas as letras que tem como prioridade enfrentar o crime ambiental”, afirma Szabó.
Durante o breve encontro, a presidente do Instituto Igarapé entregou a Lula um documento que reúne 93 propostas para fortalecer a segurança pública e a segurança climática na Amazônia. O material foi produzido em parceria com o Fórum de Segurança Pública e com o Centro Soberania e Clima.
Ações de prevenção à violência, responsabilização por crimes ambientais e fortalecimento das forças policiais são algumas das recomendações sugeridas ao petista.
“Governança, enfrentamento ao crime ambiental e ao crime organizado devem estar no topo da agenda pública. O Estado de Direito vai nos permitir entregar as metas da agenda climática que precisamos tanto alcançar”, diz Szabó.
O relatório afirma que a região amazônica tem sido marcada pela explosão de crimes como o de mineração ilegal, extração ilegal de madeira, grilagem, corrupção, fraudes, tráfico e violência -e destaca a ameaça que eles representam aos que ali vivem.
“Comunidades são intimidadas, ameaçadas e sofrem diferentes graus violências que só ganham repercussão quando um episódio de grande gravidade, como um assassinato, acontece. Foi assim com Chico Mendes, com a irmã Dorothy Stang e com Bruno Pereira e Dom Philips, defensores ambientais que foram mortos por denunciarem ilegalidades”, diz o documento.
“Apenas em 2021, a Amazônia concentrou mais de 50% dos conflitos por terra no Brasil e 90% das mortes de ativistas ambientais no país. Oito em cada dez defensoras de direitos humanos e do meio ambiente na Amazônia brasileira ouvidas pelo Instituto Igarapé, em 2021, relataram já terem sofrido violência”, acrescenta.
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