Empossado para novo mandato de quatro anos à frente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), o ex-deputado federal Sandro Mabel adota tom ameno e de defesa de parcerias tanto junto ao governo de Ronaldo Caiado (UB), reeleito no estado, quanto em relação à futura gestão de Lula (PT) no governo federal. O empresário dá uma guinada no discurso, depois de seguidos questionamentos às decisões econômicas e políticas em Goiás e apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL) ao Palácio do Planalto.
A FIEG estava entre as oito entidades do setor produtivo que assinaram nota que pediu votos a Bolsonaro, ainda em outubro, antes do segundo turno presidencial. “Os dois (Lula e Caiado) tiveram o mesmo discurso depois que ganharam as eleições dizendo que querem industrializar e gerar novos empregos. O Caiado falou muito da indústria, de pegar firme com a indústria, então isso é música pra nós. Já estou querendo ser amigo do Caiado. Se ele quer ajudar a indústria, eu estou junto”, ironiza Mabel, depois da profunda oposição nos primeiros quatro anos de gestão.
O presidente da FIEG ainda rebate indiretamente os movimentos antidemocráticos e garante confiança no processo eleitoral que deu o terceiro mandato do ex-presidente Lula como presidente. “Para nós, tanto Lula quanto Caiado foram eleitos legitimamente e estão aí. Nós vamos ajudá-los também. Nossa visão não é de oposição. Nossa visão é sempre de construção principalmente para a indústria. Então, se os governos estão dispostos a isso, nós estaremos apoiando”, conclui Mabel, em conversa com a Coluna.
Energia
Sandro Mabel ainda defende o trabalho realizado pela Enel em Goiás, apesar do iminente processo de caducidade e perda da concessão por descumprimento de metas contratuais. Apesar disso, não acredita que a troca pela Equatorial na gestão da Celg-D possa resultar em incertezas para o mercado ou para a produção industrial em Goiás.
Otimismo
“A Enel fez muito e investiu mais do que estava estabelecido no contrato. Na minha opinião, a Enel deveria ficar e continuar o trabalho, mas ela fez a opção de vender o e nós vamos seguir com a Equatorial”, disse Mabel sobre a intenção da nova distribuidora de buscar as demandas de Goiás junto ao setor produtivo.
Na pauta
Depois de retirar da pauta, o ministro Dias Toffoli solicitou à presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão para julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1016, que questiona a segunda reeleição consecutiva do presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota). O pedido é para julgamento no dia 16 de dezembro. A análise ocorreria, originalmente, nesta sexta-feira (9).
Defesa
Em nota, os advogados do PROS, que apresentou a ADPF, apontam que o ministro modificou a data para “garantir a uniformidade do posicionamento do Plenário da Corte quanto ao tema”. Segundo eles, o ponto central é “afastar o perigo da perpetuidade da mesma pessoa na chefia do Poder Legislativo, por meio de sucessivos mandatos, e evitar o uso da máquina administrativa na busca de novos mandatos”.
Segurança
A Assembleia Legislativa (Alego) aprovou em segunda votação projeto que cria o cadastro estadual de pessoas investigadas pela prática de crimes contra a dignidade sexual. A matéria foi apresentada pelo governo estadual. O cadastro será incluído na Delegacia Geral da Polícia Civil do Estado de Goiás (DGPC-GO).
Informações
Entre as informações, o sistema terá qualificação, características físicas, escolaridade e profissão, assim como locais onde frequenta, fotos e identificação criminal. Os dados, no entanto, não serão públicos. “São sigilosas e serão empregadas, exclusivamente, na prevenção e na repressão à violência sexual”, aponta trecho da matéria aprovada.
Retomada
O Ministério da Educação (MEC) liberou R$ 50 milhões para o pagamento de todas as bolsas dos programas destinados à formação de professores para a educação básica. A definição vem de nota da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A fundação, no entanto, ainda precisa de R$ 150 milhões para o pagamento das bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado no país.
Cortes
Vinculada ao MEC, a Capes é uma das instituições mais afetadas pelos bloqueios orçamentários federais. “Essa liberação, embora resulte na quitação integral dos compromissos assumidos pelos referidos programas, ainda é insuficiente para permitir à Capes honrar todos os seus compromissos legitimamente assumidos”, diz a nota.
Abrangência
Segundo a Capes, o valor liberado cobrirá as quase 100 mil bolsas vinculadas a programas como Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), Residência Pedagógica e Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor).