(Foto: Reprodução/ ONU)

A ONU organiza esta quarta-feira, em Nova Iorque, o seu primeiro encontro de alto nível dedicado à tuberculose. Cerca de 50 chefes de Estado e de governo participam no evento, que pretende abordar a doença que está entre as 10 principais causas de morte em todo o mundo.

O tema do encontro é “Unidos contra a tuberculose: uma resposta global urgente a uma epidemia global”.

Encontro

Segundo a ONU,  a reunião “é um avanço tremendo e sem precedentes por parte dos governos e de todos os parceiros envolvidos na luta contra a tuberculose”.

O encontro acontece depois de uma Conferência Ministerial sobre o fim da doença, que aconteceu em Moscovo em novembro do ano passado. O resultado do encontro foram compromissos de alto nível de 120 países.

Participam no encontro a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, a diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, Henrietta Fore, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, OMS, Tedros Ghebreyesus, entre outros.

A reunião deve terminar com a adoção de uma declaração política, com o objetivo de fortalecer a ação e os investimentos contra esta doença.

Metas

O objetivo do encontro é  acelerar os esforços para alcançar eliminar a epidemia de tuberculose no mundo até 2030.

Para cumprir esta meta, os países precisam de reduzir em 90% o número de vítimas mortais e em 80% a quantidade de novas infeções em relação aos números de 2015.

Segundo o Relatório Global da Tuberculose, publicado pela Organização Mundial da Saúde, OMS, na semana passada, o impacto da doença está a cair em todas as regiões e na maioria dos países, mas a um ritmo demasiado lento para alcançar os objetivos.

Epidemia

Cerca de 1,6 milhão de pessoas perderam a vida devido à doença no ano passado. A infeção é a que mais pessoas mata e está à frente do vírus HIV.

O relatório estima que 10 milhões de pessoas contraíram a doença no ano passado, incluindo 5,8 milhões de homens, 3,2 milhões de mulheres e mais de 1 milhão de crianças.

No ano passado, a tuberculose foi responsável por cerca de 1,3 milhão de mortes de pessoas que não vivem com o HIV e cerca de 300 mil pessoas seropositivas.

Um grupo de 30 países, com as taxas de incidência mais altas, reuniu 87% de todos os casos. Apenas 3% foram registados na região europeia da OMS e 3% na região das Américas.

Na maioria dos países de renda alta, a taxa de incidência é inferior a 10 novos casos por cada 100 mil pessoas. Mas em alguns países, como Moçambique, Filipinas e África do Sul, ocorreram mais de 500 casos por cada 100 mil.

Tratamento

Desde o ano 2000, o diagnóstico e o tratamento de pessoas salvaram a vida de pelo menos 54 milhões de pessoas. Apesar desse resultado, a taxa de sucesso do tratamento baixou para 82% no ano passado. Em 2013, era cerca de 86%.

O número de mortes de pessoas que não vivem com o vírus HIV caiu 29% desde o ano 2000, de 1,8 milhão para 1,3 milhão. Entre as pessoas seropositivas, desceu 44%, de 534 mil para cerca de 300 mil. 

Os autores do relatório também alertam para a tuberculose resistente a medicamentos, dizendo que continua sendo ameaça de saúde pública.

Em 2017, cerca de 558 mil pessoas tiveram uma variante da doença resistente à principal droga que a combate, rifampicina. Deste número, cerca de 82% dos casos eram resistentes a várias drogas.