Circulam pelas redes sociais, imagens do gramado do Serra Dourada danificado por causa do show sertanejo que aconteceu no local no último fim de semana. A preocupação aumenta porque o Vila Nova joga no estádio nesta sexta – feira (28) contra o Guarani pelo Brasileiro Série B. A reportagem da Rádio Sagres 730 conversou nesta quarta – feira com Itamir Campos, o Gueroba, administrador do Serra, que minimizou o problema.

“O gramado está preservado e não tem buracos, porém esteticamente não está bonito, se encontra amarelado por causa da cobertura para proteção que foi colocada, mas eu tenho certeza que o gramado do Serra Dourada oferece condições de jogo”, explicou Gueroba, que revelou que um trabalho intensivo tem sido feito para que o piso recupere sua cor ideal.

(Foto: Divulgação Internet)

“A tonalidade da cor só volta com o tempo. Isso é gradativo, já estamos adubando, fizemos uma nova poda e o campo está perfeito, a bola rolar tranquilamente. O problema é que na transmissão da TV e o torcedor ao vivo verão um gramado amarelado, simplesmente isso”, acrescentou o administrador do Serra Dourada, que também ressaltou que avisou a Federação Goiana de Futebol sobre a realização do show, mas que não demonstraram interesse em mudar o local do jogo entre Vila Nova e Guarani.

Receita x Despesa

Gueroba lembrou que a realização de shows em grandes estádios do Brasil é uma prática comum. No caso do Serra Dourada é fundamental para que diminua os problemas financeiros, já que o Estado não cobra aluguel dos times nos jogos, e fica apenas com 10 % das rendas.

“Com o futebol é déficit e todos os números estão no portal da transparência. Se a gente pudesse ampliar essa agenda de eventos, conseguiríamos equalizar a relação receita e despesa. A locação para o show foi de R$ 80 mil, no futebol, precisaríamos no mínimo 10 partidas, ou um público de 80 mil pessoas semanalmente para empatar com esse único evento”, explicou.

A arrecadação do Serra Dourada diminuiu nos últimos meses, já que só o Vila Nova manda seus jogos no estádio, enquanto o Atlético joga no Antônio Accioly e o Goiás no Olímpico, mas mesmo com os três times, nunca houve superávit.

“Nunca teve lucro, pois se aumenta o número de jogos, sobe também a despesa, como energia, manutenção e funcionários. O estádio precisa de R$ 20 mil no mínimo para ser aberto, e com os públicos atuais não tem como. Nos últimos anos foram poucos públicos em que as rendas superaram R$ 200 mil”, ressaltou.

Segundo Gueroba, as dificuldades não são apenas da administração do Serra Dourada. Estádios que foram utilizados na Copa do Mundo de 2014 também convivem com o problema.

“Não é só aqui no Serra Dourada que a conta não fecha. Tirando a arenas do Palmeiras, Corinthians, Internacional e Grêmio, outras que não tem futebol e o próprio Maracanã estão com dificuldades”, concluiu.