A semana foi marcada pelas manifestações antirracismo nos Estados Unidos. O Tom Maior desta quinta-feira (4) convidou o professor de História e apresentador do Sagres Internacional, Norberto Salomão, para contextualizar o assunto.
Os protestos começaram após a divulgação de um vídeo em que um policial branco ajoelha sobre o pescoço de um homem negro. O homem, de 40 anos de idade, foi identificado como George Floyd, e durante a abordagem afirmou várias vezes não conseguir respirar. Ele acabou morrendo. Tudo isso aconteceu em Minnesota, nos Estados Unidos, e a morte de Floyd causou revolta e indignação.
O professor Norberto Salomão avaliou a postura do presidente dos Estados Unidos Donald Trump diante dos protestos e manifestações. “Trump foi muito tímido na sua reprovação a esse ato, isso porque uma das bases eleitorais do Donald Trump está entre os supremacistas brancos e aqueles que defendem, efetivamente, a militarização e a formação de milícias, a pretexto de defender a liberdade. Coisa que infelizmente a gente está importando aqui para o Brasil”, analisou.
Durante a entrevista, o professor também retomou à origem dos termos fascismo e nazismo. Os termos têm ganhado notoriedade em protestos como os ocorridos em Brasília contra o STF, um deles comandado por Sara Winter, uma das investigadas no inquérito das fake news.
“O fascismo é uma vertente que surgiu no início do século XX a partir da Itália com Benito Mussolini, lembrando que o termo que originou a palavra fascismo era o símbolo das legiões romanas, era um machado com cabo de varas amarradas, naquela ideia de que uma vara só é mais fácil de quebrar, mas um feixe de varas pode até vergar, mas ele não se quebra. É uma ideia de uma sociedade corporativista de negação de diferenças, a sociedade como um todo em prol da nação e de um grande líder como um grande mito, como uma figura praticamente infalível, como o grande guia e condutor da pátria para levar a nação ao seu melhor destino. Normalmente um dos objetos fundamentais e a crítica às instituições, dizendo que elas não funcionam, o senado, a justiça não funciona e somente o povo é que poderá dar, efetivamente, e assumir o seu lugar no poder. Então esse tipo de discurso é que gera essa ideia corporativista, nacionalista e de estilo até romântico, a uma crítica à ciência e racionalidade em que você deve ser movido pelo sentimento, principalmente pelo sentimento patriótico. Essa foi a base do fascismo”, esclareceu Norberto Salomão.
O fascismo, por sua vez, gerou a base para o nazismo de Adolf Hitler, na Alemanha. “Em que pese o iniciado do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, o que gera também um problema, porque as pessoas pensam em socialista, mas é nacional-socialista, a palavra é composta e é uma vertente de extrema-direita que surgiu justamente para combater o avanço da esquerda”, afirmou o professor.
Confira na íntegra a entrevista com o professor de história Norberto Salomão