O debate sobre o Bom Senso FC continua e parece que vai perdurar por um longo período. Depois do ex-jogador Roni, representante do movimento em Goiás, comparecer ao programa Debates Esportivos na quinta-feira, nesta sexta-feira foi a vez do presidente do Sindicato dos Atletas em Goiás, Marçal Filho, que se posicionou de forma contrária a forma como o Bom Senso tem sido conduzido. O presidente explicou, primeiramente, que não se pode prejudicar a TV.

“Eu sou favorável, mas não da maneira que tá. Essa de atrasar o jogo por um minuto, existe uma grade da televisão e esta vai ser prejudicada e é esta que paga os atletas hoje. Tem que haver um respeito. Vamos sentar, negociar, ver de que maneira o Bom Senso tá querendo, porque na sua grande parte, tudo já foi decidido do que eles querem. Estão colocando algo, que me permita, eu sou totalmente contra”

O principal requerimento feito pelo movimento Bom Senso é a mudança do calendário do futebol brasileiro, com um número de jogos menor, como por exemplo, uma redução drástica dos Estaduais, que hoje tem 19 datas. Marçal não concorda com essa situação por entender que o clube do interior seria totalmente prejudicado, além de se esvair, quase por completo, a possibilidade de uma rivalidade local.

marcalFilho portal“O Bom Senso quer a redução (do Estadual) para sete datas e eu sou totalmente contra. O universo de jogadores que vão ficar desempregados é enorme. Aqui, nós temos a primeira, a segunda e a terceira divisão, então eles migram de uma para a outra. Se você for reduzir, poxa, sete datas, estilo uma Copa do Mundo, não tem lógica, é impossível fazer isso aqui no futebol goiano, assim como no futebol brasileiro”

Em nota publicada nesta sexta-feira, o Bom Senso chegou a destacar que, como a CBF não os tem atendido, os protestos em campo serão mais chocantes na reta final da Série A e da Série B. Outra reinvindicação do grupo é negociar com a TV, mas Marçal Filho considera isso impossível. O presidente do Sindicato dos Atletas em Goiás considera que se trata de um movimento de minoria, que conta com jogadores já consagrados, e que só concordaria se fosse um pensamento geral.

“Isso é praticamente impossível, jogador não negocia com televisão, a lei não permite isso. O direito de arena é direito de quem? É direito do clube. É o clube que negocia, ou seja, o Goiás vai, senta com a Globo e negocia os seus jogos, um valor X. O atleta não senta com ninguém para falar disso aí, é difícil. O atleta tem, evidentemente, que buscar os seus direitos e tem a sua representatividade perante o Sindicato. Eu volto a falar: não sou contra o Bom Senso, desde que seja de interesse de todos, e não para uma minoria”