O diretor de Departamento Jurídico do Atlético, Marcos Egídio, confirmou, em entrevista à Rádio 730, que a negociação envolvendo o meia Felipe Brisola, a Anapolina e o Atlético teve intermédio de Wladimir Garcez, considerado “braço direito de Carlinhos Cachoeira e preso na Operação Monte Carlo da Polícia Federal. O diretor ressaltou que o Atlético não teve participação na negociação financeira, entretanto o presidente da Anapolina, Leandro Ribeiro, garante que Adson Batista, diretor de futebol do clube, participou das transações. 

O jornal O Hoje, divulgou, nesta quinta-feira (12) reportagem que aponta o envolvimento do ex-vereador e ex-presidente da Cãmara Wladimir Garcêz e do bicheiro Carlinhos Cachoeira com a Delta Construções. A construtora patrocina o Atlético. As investigações indicam que a empresa serviria como fachada para lavagem de dinheiro obtido por meio da exploração de jogos de azar.

A relação entre a Delta, Cachoeira e o Atlético envolveria a contração do meia Felipe Brisola, pois a construtura teria investido na contratação do atleta por interesse de Cachoeira. Em duas ligações interceptadas pela Polícia Federal, Cachoeira e Wladimir teriam conversado sobre a contratação do meia Felipe Brisola pelo Atlético, que ocorreu em junho de 2012. Na época, o atleta pertencia a Anapolina. 

Marcos Egídio confirmou que a negociação envolvendo Felipe Brisola foi intermediada por Wladimir Garcez. “O Felipe Brisola é um atleta que foi contratado com a participação do Wladimir Garcez, que mostrou interesse em contratar o atleta junto a Anapolina. O Atlético não participou de nenhuma negociação financeira, o único fato que chegou é que o atleta já estava liberado da Anapolina e o Atlético contratou”, explicou. “O contato nosso, nesse caso do Felipe Brisola, foi com o Wladimir, que é atleticano, sempre está no clube. Ele quem levou a Delta Construções para patrocinar o Atlético, não sei qual o valor foi negociado com a Anapolina, nem quem pagou, não sei se foi a Delta que pagou, imagino que tenha sido”, completou.

Há controvérsias em relação a negociação, pois o presidente da Anapolina, Leandro Ribeiro, garante que quem procurou o clube foi o Atlético, na figura de Adson Batista, diretor de futebol. “Nós fomos procurados pelo Atlético, que mostrou interesse no atleta e a gente combinou o valor que é de R$ 500 mil e viria um investidor para investir nele. Nós acertamos com o Atlético as formas de pagamento e automaticamente o atleta foi liberado pela Anapolina”, explicou.

Leandro disse que não se lembra qual empresa pagou pelo atleta, mas ressaltou que a Delta Construtora não é o investidor. “Não, de forma alguma, eu fiquei surpreso com a reportagem, a Delta nunca nos procurou interessada em comprar algum jogador”, destacou.

O diretor ressaltou que a Delta não possui direitos sobre nenhum jogador do Atlético, porém, ele não sabe dizer se Wladimir intermediou a negociação de outros atletas. “As coisas estão partindo para uma tendência de querer vincular o Carlinhos e alguma coisa no Atlético, mas não temos esse conhecimento. O nosso conhecimento sempre foi em relação ao Wladimir e a Delta, não temos relacionamento com outras empresas que fazem parte do Wladimir ou do Carlinhos, sempre tratamos como negócio”, destacou.

Marcos Egídio garante que a Delta Construções “patrocina o Atlético como qualquer outra empresa” e que o clube não tem outro tipo de relação com a empresa. “Se algum funcionário da Delta cometeu algum ato ilícito, beneficiando alguém ou não, via governo, o Atlético não tem nada a ver com isso. Tem a ver com o patrocinador. Nós já tivemos outros patrocinadores que tiveram problemas e não afetou o clube”, comentou.

Confira a entrevista do diretor do Departamento Jurídico do Atlético, Marcos Egídio, na íntegra:

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